Movimento #MeToo encorajou Kathryn a avançar com queixa contra Cristiano Ronaldo

• Foto: Reuters

Os advogados que representam Kathryn Mayorga, norte-americana que acusa Cristiano Ronaldo de a ter violado em junho de 2009, explicaram esta quarta-feira, numa conferência de imprensa no estado do Nevada, os motivos que levaram a sua cliente a - nove anos depois dos alegados acontecimentos - fazer queixa do internacional português.

"O movimento #MeToo e as mulheres que denunciaram abusos sexuais que sofreram deram a Kathryn muita coragem, que lhe permitiu avançar com uma participação cível", referiu Leslie Stovall.

Na conferência foi ainda explicado que o internacional português tem 20 dias para responder à nova queixa que foi apresentada a 27 de setembro, anunciando que o processo judicial inclui as alegações de agressão, abuso sexual, imposição intencional de sofrimento emocional, coação, fraude, exploração de pessoa vulnerável, chantagem e conspiração. Ao mesmo tempo, Kathryn pretende que seja anulado o acordo de confidencialidade incluído no acordo extra-judicial assinado em janeiro de 2010, pois os advogados consideram não ter valor legal. Segundo Leslie Stovall, o advogado da alegada vítima, ontem foi feito o primeiro contacto com os representantes legais de Ronaldo.

Estes novos desenvolvimentos surgem no meio da tempestade iniciada com uma reportagem da revista alemã ‘Der Spiegel’, em que Kathryn relatou a alegada agressão sofrida na madrugada de 13 de junho de 2009 num hotel de Las Vegas. A então aspirante a modelo denunciou a situação à polícia e deslocou-se ao hospital, onde foi submetida a exames forenses.

Segundo as autoridades, recusou-se a revelar o nome do alegado agressor, algo que Stovall negou ontem, dizendo desconhecer a razão que levou a que a investigação parasse. "Estamos motivados para ver a continuação do caso e analisar os resultados da investigação da polícia de Las Vegas", acrescentou.

Prazo já prescreveu

Os advogados explicaram que o prazo para intentar a ação criminal já foi ultrapassado, mas acreditam que a polícia possa levar o processo até ao procurador para um eventual procedimento criminal, sustentando que o acordo firmado há nove anos é ilegal, pelo que a queixa-crime ainda tem validade para prosseguir.

Kathryn Mayorga, agora professora com 34 anos, apresentou queixa a semana passada num tribunal do condado de Clarck, Las Vegas, no estado norte-americano do Nevada.

A reação de Ronaldo

Ainda esta quarta-feira, Cristiano Ronaldo pronunciou-se sobre o caso negando "terminantemente as acusações". "Considero a violação um crime abjecto, contrário a tudo aquilo que sou e em que acredito. Não vou alimentar o espectáculo mediático montado por quem se quer promover à minha custa. Aguardarei com tranquilidade o resultado de quaisquer investigações e processos, pois nada me pesa na consciência", escreveu nas redes sociais.

A história

Recorde-se que a polícia de Las Vegas anunciou ter reaberto a investigação a uma alegada violação denunciada por uma mulher que acusa Cristiano Ronaldo. Num comunicado as autoridades nunca referem o nome do craque português, mas informam de que os eventos terão ocorrido a 13 de junho de 2009 e que, na altura, a vítima não apresentou queixa, embora tenha sido submetida a exames médicos que agora poderão ser usados, bem como amostras de ADN.

O caso foi tornado público nos últimos dias pela revista alemã ‘Der Spiegel’, que publicou uma entrevista com Kathryn Mayorga, na qual esta garante que foi agredida sexualmente pelo futebolista num quarto de hotel. A mesma publicação garantiu que Mayorga e Ronaldo chegaram a um acordo extrajudicial que envolveu o pagamento de 375 mil dólares (324 mil euros ao câmbio atual).

Na última segunda-feira Ronaldo já tinha negado as acusações, descrevendo-as como 'fake news' e dizendo que querem apenas fama à custa do seu nome.

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