Schmeichel tentou salvar dono do Leicester: «O calor era imenso, já nada havia a fazer»

Guarda-redes foi um dos primeiros a chegar junto do helicóptero de Vichai Srivaddhanaprabha

Kasper Schmeichel era um dos jogadores mais inconsoláveis no funeral de Vichai Srivaddhanaprabha, o dono do Leicester que faleceu num acidente de helicóptero, depois de o aparelho ter levantado voo do centro do relvado, após um jogo. O guarda-redes apercebeu-se do que estava a acontecer e correu para junto do aparelho, no estacionamento onde acabara de cair, matando as cinco pessoas que seguiam a bordo. O jogador foi um dos primeiros a chegar ao local e agora, numa entrevista à Sky Sports, relata o que aconteceu.

"Infelizmente lembro-me de tudo", conta o filho de Peter Schmeichel, antigo guarda-redes do Sporting. "Lembro-me de todos os pormenores. Eu tinha uns familiares no estádio, que tinham vindo da Dinamarca, depois do jogo dei uma volta com eles pelo relvado e vimos o helicópero, que era sempre uma grande atração", começa por contar.

"Acenámos, dissemos-lhe adeus e ficámos a ver o aparelho levantar voo. Eu já tinha visto aquilo centenas de vezes, era uma espécie de ritual no final dos jogos. Mas algo estava a correr mal porque o helicóptero não ficava parado no ar, daquele modo. Depois começou a cair, a cair..."

O guarda-redes não perdeu tempo e instintivamente soube que tinha de fazer alguma coisa. "Corri em direção ao túnel e contornei o estádio. As pessoas cá fora ainda não se tinham apercebido do que estava a acontecer. Fiz um sprint ao mesmo tempo que gritava para as pessoas telefonarem para a polícia. Um dos nossos seguranças viu-me e correu atrás de mim."

"Conseguimos chegar perto do helicóptero - o nosso segurança foi até mais perto, tentando fazer alguma coisa. Mas era evidente pelo calor imenso que já nada havia a fazer... Foi horrível sentir-me assim, estar ali sem poder fazer nada...", recordou Schmeichel.

Lembranças

Schmeichel recorda Vichai Srivaddhanaprabha como uma boa pessoa. "É muito fácil uma pessoa perder-se neste mundo de dinheiro, fama, fortuna. Mas ele era um tipo que não se importava com isso. Apenas queria ajudar as pessoas. Ele não precisava de comprar um clube de futebol, normalmente nunca são um bom investimento. Mas ele tinha paixão pelo Leicester, pela cidade, e a prova disso foram os donativos que fez para a igreja e para o hospital."

O guarda-redes recorda um episódio. "Quando parti o pé tive de ir para Londres e nós íamos jogar com o Manchester em casa, na nossa época de regresso à Premier League. Ele foi ao hospital buscar-me e levou-me de helicóptero para Leicester, para eu poder ver o jogo com ele. Não tinha de o fazer, mas fez..."

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