Bernardo Ribeiro
Rui Patrício rescindiu com o Sporting, mas mesmo longe, e após ter sido mais do que escorraçado do clube que viveu como poucos durante quase uma vida, consegue ser mais do que um capitão para o leão em crise. Como Frederico Varandas já confessou, sem a intervenção do hoje guarda-redes do Wolves seria impossível chegar a um acordo com os chineses que gerem o clube inglês. Não se trata só de dinheiro. Que não é pouco e não serão muitos (quase nenhuns diria) os capazes de fazer o que Patrício fez. Mas há ainda mais do que isso. O homem a quem as bancadas aclamavam cada defesa como a nenhum outro – pelo menos até do dia em que uma ainda misteriosa chuva de tochas caiu sobre ele, vá se lá saber porquê e logo no dia em que jogava um dérbi – tentou tudo para sair a bem. Tivesse tido Bruno de Carvalho a inteligência de o ter vendido ao Wolverhampton, num momento em que já tinha perdido a perceção da realidade, e provavelmente tinha conseguido evitar a catadupa de rescisões que se seguiu. E um problema de tantos e tantos milhões.
Era bom para Varandas, clube e provavelmente até os próprios jogadores, que os próximos soubessem comportar-se num processo onde terão muita importância. Mas homens como Patrício não há muitos. Pena haver nas bancadas quem não mereça pessoas assim.