Rui Dias
Javier Marías (1951-2022), um dos grandes escritores espanhóis, qualificou o futebol como jogo “selvagem e sentimental”, que continua a sobrepor-se a todos os interesses que o atravessam e mantém viva a capacidade de milhões se converterem em crianças, tudo por obra e graça de um fenómeno mais agitado pelas emoções do que pelo dinheiro que gera. Como todos os desportos coletivos, também ele se converte em espetáculo e num grande simulador da vida, que põe à prova os limites individuais e o espírito coletivo.