Opinião
Somos um país de talento desportivo, fruto do esforço, dedicação e resiliência de ginastas, treinadores, juízes/árbitros, clubes, Associações e famílias que se sacrificam para que os mais (e menos) jovens possam dedicar-se ao desporto. No entanto, somos um país onde muito talento passa despercebido.
Temos obtido excelentes resultados, com conquistas cá dentro e lá fora. Recentemente, as nossas Seleções conquistaram diversos títulos, em várias competições, como nos Jogos Mundiais, ou nos Jogos Olímpicos, onde a comitiva portuguesa teve o melhor resultado de sempre. Vitórias brilhantes, celebradas e noticiadas. A Ginástica é, também, centro de diversos eventos internacionais realizados no nosso país.
O reconhecimento dos decisores até vai acontecendo, nas chegadas ao aeroporto ou nas redes sociais. Muitos multiplicam-se em publicações e palavras de apreço pelo mérito dos ginastas, até para contrariar a ideia de que “só existe futebol”. Mas, como diz o povo, 'palavras leva-as o vento'. Há presidentes de Câmara que se desfazem em elogios, sublinhando a importância da Ginástica para a saúde, mas que rapidamente se esquecem de compromissos assumidos e do simples gesto de atender o telefone.
O reconhecimento que toda a família gímnica merece passa por uma gestão equilibrada do investimento público no desporto, valorizando as modalidades que são, de facto, para todos, com impacto na saúde e no país. A Ginástica tem esse mérito, amplamente reconhecido nos discursos, mas sem o correspondente investimento.
O mínimo que se exige é que seja tratada pelos nossos decisores com a mesma dignidade com que representa Portugal.