Treinador aceita "Prova Oral" do Record Mais
1 - Não conheço muita gente tão apaixonada por futebol como tu. De onde vem essa loucura toda?
Quando o sentimento que temos por algo é tão forte, como o sentimento que eu tenho pelo futebol, é difícil respondermos de onde vem esse sentimento. Mas que esta paixão pelo jogo de futebol foi-me passada em grande parte pelo meu tio Zé Teixeira, disso não tenho dúvidas. Ele foi o grande impulsionador do meu amor ao futebol e tão apaixonado por este desporto como eu, só o conheci a ele.
2 – Quantas vezes por dia te dizem "Ah, você é aquele do programa"!? Já estás habituado? Ou ainda te incomoda um bocadinho?
Felizmente, hoje em dia, cada vez me dizem menos isso. É algo raro e que já não acontece todos os dias. Essa experiência do programa, que fez parte da minha vida, foi um desafio a mim mesmo, uma aventura, que não nego que vivi, mas que hoje já faz parte do meu passado. Hoje em dia, felizmente, são mais as pessoas que me abordam para falar sobre futebol e que me perguntam "Como está a correr o futebol?", do que as pessoas que fazem perguntas sobre o programa. Felizmente que é assim, porque confesso que prefiro que me reconheçam pelo meu trabalho de 15 anos do que por uma "aventura" que durou apenas alguns meses.
3 – És um treinador elogiado pela forte relação que mantém com os jogadores. No balneário és mais polícia bom ou polícia mau?
Simplesmente, tento não ser polícia. Não acredito que um treinador de futebol tenha que andar sempre a "policiar" ou em cima dos jogadores. Acho que ele tem de estar atento a tudo, sim, mas acima tem de ser treinador. Eu tento sempre ter uma boa amizade com os meus jogadores e ajudá-los ao máximo, dentro daquilo que são as minhas competências técnicas como treinador e como homem. Porque a relação humana que procuro construir com eles, ajuda a que depois o trabalho também se desenrole com uma maior facilidade. Na escolha dos momentos em que temos que dar uma "dura" ou um elogio a um jogador é que temos de saber marcar a diferença. É aí que eu acho que está a diferença entre mim e os outros treinadores. A relação humana que eu e os meus jogadores estabelecemos, cria a base para que depois, no trabalho diário tudo se torne mais fácil. Eles conhecem perfeitamente o homem que os lidera e isso faz com que os jogadores consigam compreender, que tudo o que o treinador faz, é apenas com o intuito de retirar o melhor rendimento desportivo dos jogadores e consequentemente da própria equipa.
4 – Qual é o treinador, ou treinadores, que tens como grande referência?
A minha referência maior no que diz respeito ao treino não é um treinador muito conhecido, que dá pelo nome de Nuno Lopes e que será o treinador do Sacavenense na próxima época. É o meu "mestre" e a pessoa com quem mais aprendi até hoje sobre o treino. Ele é, sem dúvida, a minha maior referência, porque conheço o trabalho dele e sei que (como eu) se lhe derem as oportunidades, ele vai ser um treinador com sucesso noutros patamares. Depois, nos mais conhecidos, tenho como referências e procuro tirar ideias de treinadores como José Mourinho, Pep Guardiola, Jurgen Klopp, Leonardo Jardim e Marcelo Bielsa.
5 – Preferias ser campeão com um golo marcado em fora de jogo ou ficar em segundo e ser elogiado pelo teu extremo fair play?
Claramente, preferia ser campeão com um golo marcado em fora-de-jogo. E ficaria muito bem com a minha consciência, desde que soubesse ou sentisse que o fora-de-jogo não tinha sido assinalado apenas por erro do árbitro e não por outras razões. O fair-play é muito bonito, mas não tenho dúvidas que no futebol isso não existe, na total essência do seu significado. O futebol, hoje em dia, é um negócio e todos sabemos que no final das contas o que interessa é quem acaba por vencer mais vezes. E eu não gosto de perder nem a feijões. No futebol não existe justiça. Mas se tiver a possibilidade de ganhar de forma justa, melhor.
6 – Que plano traçavas para "domar" um rebelde como o Quaresma ou o Balotelli? Havia de ser bonito…
Um dia treinei um jogador (que não vou revelar o nome) que quando anunciei que ia trabalhar comigo, todas as pessoas que já tinham trabalhado com ele me disseram mal dele em termos de personalidade. A verdade é que hoje é um dos jogadores com quem tenho uma melhor relação pessoal. É também verdade que foi a trabalhar comigo que ele teve mais sucesso em termos desportivos. Acho que todos os jogadores devem ser respeitados independentemente da sua "fama" ou feitio. Eu não julgo nenhum jogador sem o conhecer pessoalmente e depois de os conhecer, procuro compreende-los.
7 – Achas que estar num programa de televisão ajudou ou prejudicou o teu percurso como treinador?
Prejudicou. Porque quer queira quer não, aquele programa acaba sempre por nos expor e nos dar um mediatismo só comparável com o de algumas das pessoas mais conhecidas do país. Depois, Portugal é também um país com muita gente de mentalidade fechada. As pessoas rotulam-nos e não entendem que naquele programa, nós acabamos por ter que criar personagens que podem não ter necessariamente a ver com o que somos no nosso dia a dia e na nossa vida profissional. Felizmente, com o tempo, as coisas vão passando e as pessoas começam a dar cada vez mais valor ao treinador que sou há mais de 15 anos. O meu mediatismo só acabou por ser benéfico, no aspecto em que hoje tenho mais de 90 mil pessoas que vão seguindo e reconhecendo todos os dias, nas redes sociais, a minha carreira e o meu trabalho.
8 – Conta-me uma daquelas histórias que não vai faltar na tua biografia quando terminares carreira.
Tenho várias histórias, mas lembro-me de uma bem recente. O dia em que me desloquei a Espanha com o Marco Almeida (ex-jogador do Sporting que faz parte da minha equipa técnica) para negociarmos com um clube do país vizinho. Fomos também com um empresário que ajudou nas conversações. Infelizmente acabámos por não chegar a acordo, por questões de valores e do orçamento que o clube podia disponibilizar. Mas a certa parte da conversa com o presidente do clube espanhol, para o tentar convencer a dar mais, o empresário começou a dizer que eu era famoso em Portugal e que tinha muitos fãs. O Marco começou-me a dar pontapés nas canelas para ver se o empresário não levava a conversa para aquele lado. Curiosamente, o presidente do clube espanhol até achou piada à ideia e acabou por aumentar o pouco a oferta porque acreditava que poderia vir a conseguir retorno com o marketing que dali podia vir. Foi uma história engraçada porque saí de lá com as canelas negras mas também porque ali vimos a diferença de mentalidade entre as pessoas do futebol português e as pessoas do país vizinho.
9 – Qual foi o jogador com que mais gostaste de trabalhar e aquele que nem podes pôr a vista em cima?
Não quero nem gosto de individualizar, nem pretendo ser politicamente correcto ao responder a esta pergunta, mas a verdade é que não há nenhum jogador com quem eu diga que não voltaria a trabalhar. Da mesma forma, também não consigo destacar nenhum jogador, pois para mim todos foram especiais.
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