O próximo Europeu traz à memória a estreia nacional em fases finais da competição. Essa aconteceu há 32 anos em... França. Uma campanha histórica para os ‘Patrícios’ que interrompeu um longo jejum português em fases finais de grandes eventos – o último (e único) fora o Mundial de 1966. No Euro’1984, Portugal não chegou a Paris – empatou com a Alemanha em Estrasburgo (0-0) e com a Espanha em Marselha (1-1), ganhou à Roménia em Nantes (1-0) e acabou por voltar ao Vélodrome de Marselha para uma despedida inglória num dos jogos que ficaram para a história do Campeonato da Europa.

Sob o génio de Chalana e a eficácia de Jordão – a dupla que já tinha fabricado a qualificação (vitória 1-0 sobre a Rússia), com um golo de penálti conquistado pelo primeiro (numa falta sofrida... fora da área) e convertido pelo segundo – a Seleção Nacional baqueou nas meias-finais aos pés da poderosa equipa da casa, no penúltimo minuto do prolongamento. Portugal chegou a estar em vantagem aos 98’ (segundo golo de Jordão), mas Domergue, que havia feito o 1-0 para a França, empatou tudo (2-2) aos 115’. Quatro minutos depois, Platini derrubou a heroica resistência portuguesa que teve em Bento um... gigante. "Que grande guarda-redes! Há muito tempo que não via ninguém a defender tudo", reconheceu Platini após o apito final.

Quadrunvirato

O feito da Seleção projetou para o mundo do futebol um esquerdino fabuloso – Chalana, que rumou a seguir para Bordéus – e mostrou o engenho lusitano na condução de uma seleção bipolarizada por FCPorto e Benfica. Numa decisão inédita, a FPF entregou o comando técnico a um quadrunvirato, com Fernando Cabrita à frente, coadjuvado por Toni (adjunto no Benfica), António Morais (adjunto no FCPorto) e José Augusto. *