Que esperança?
ESTÁDIOS DE ALMA
Conseguirá o FC Porto manter a hegemonia na Liga? Terá o Sp. Braga capacidade para se aguentar até ao fim na liderança? Será o Benfica capaz de manter a onda e ter o retorno desportivo do seu enorme investimento? Dará resultado a nova estratégia leonina, levando o Sporting aos lugares que a sua grandeza exige? Até onde chegará a Seleção no Mundial da África do Sul? Muitas são as perguntas que se colocam no início de 2010, mas apesar de serem tão importantes do ponto de vista desportivo (e não só) acabam por ser apenas a espuma das questões de fundo que devem preocupar os responsáveis pelo futebol português, não apenas no próximo ano mas até na próxima década. Há muitas transformações e mudanças à vista que, no imediato, passam por um novo ordenamento que implica a saída da arbitragem e da disciplina da Liga (por via do regime jurídico que a FPF terá de adotar) até ao abandono de Hermínio Loureiro e Gilberto Madaíl dos cargos que ocupam. Virá um novo ciclo que coincide com novos tempos mas que exige decisões rápidas e firmes para evitar que o nosso futebol (salvo honrosas exceções como a Seleção, o FC Porto e as nossas estrelas internacionais) seja, cada vez mais, periférico e pouco atraente. O presidente das ligas europeias, Emanuel Medeiros, dizia-nos há dias que o futebol português só avançará se pensar no todo e não apenas na parte. O meu medo é que, como escreveu Henrique Raposo no "Expresso", "vivemos consumidos por um ódio seletivo que apenas seleciona como alvo outros portugueses". E a pensar e a agir assim não vamos a lado nenhum.