Boris Johnson revela que os médicos estavam preparados para anunciar a sua morte

• Foto: Reuters

Boris Johnson revelou numa entrevista ao jornal inglês 'The Sun' que os médicos prepararam-se para anunciar a sua morte durante a fase em que esteve nos cuidados intensivos, a recuperar da infeção pelo novo coronavírus. O primeiro-ministro britânico, que chegou a agradecer publicamente a um enfermeiro português, contou que lhe deram "litros e litros de oxigénio" para o manterem vivo.

"Foi um momento complicado, não o vou negar. Eles tinham uma estratégia para lidar com um cenário tipo 'morte de Estaline'", referiu o governante inglês, de 55 anos, que foi pai nos últimos dias. "Eu sabia que não me encontrava num estado particularmente brilhante e também sabia que estavam ser preparados planos de contingência. Os médicos tomaram uma série de medidas relativamente ao que fazer se as coisas corressem mesmo mal."

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Boris Johnson revela que os médicos estavam preparados para anunciar a sua morte

"Deram-me uma máscara facial e litros e litros oxigénio", recorda. Mas houve um dia em que o primeiro-ministro piorou e teve de ser internado nos cuidados intensivos. "Os indicadores do sangue estavam muito mal".

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E então perguntava-se: "Como vou sair disto?" Boris Johnson, que jogou râguebi na juventude, começou a aperceber-se que podia morrer. "Parti o nariz, parti um dedo, parti o pulso, parti uma costela, parti praticamente tudo várias vezes. Mas nunca tinha tido nada tão grave. Sentia-me frustrado porque os indicadores do sangue continuavam mal e então lembro-me de pensar 'não há medicamentos para isto, não há cura'."

Johnson conhecia as consequências de um ventilador e de um coma induzido. Mas recusou-se sempre a baixar os braços. "Nunca pensei 'oh meu Deus é desta'. Algo dentro de mim convencia-me que tudo ia acabar bem. Mas era frustrante. Lembro-me de ver outras vítimas, pessoas que iam, e iam, para os cuidados intensivos..."

Depois de três noites, "graças ao trabalho miraculoso da equipa médica", regressou à enfermaria geral sem precisar de ser ventilado. "Senti-me um sortudo porque muita gente sofreu muito mais do que eu. É difícil acreditar que a minha saúde deteriorou-se a este nível muito rapidamente no espaço de poucos dias. Lembro-me de me sentir frustrado, não percebia por que razão não melhorava... Mas o pior momento foi quando os médicos pensaram em entubar-me, foi aí que... Foi aí que eles começaram a pensar nas coisas." 

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Ao todo foram duas semanas a combater o vírus: "Tenho de agradecer a um conjunto de pessoas fantásticas. Eles conseguiram e fizeram a diferença na minha recuperação. Não posso explicar como aconteceu, não sei... Mas foi maravilhoso ver...", explicou, sem conter as lágrimas. "Emociono-me porque o que eles fizeram foi uma coisa extraordiária".

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