Ana Gomes voltou este domingo, no Twitter, ao tema das transferências de futebol recorrendo a um relatório da Comissão Europeia, datado do passado dia 24, sobre "riscos de captura e 'lavandaria' por máfias via clubes de futebol".

"Para ilustração de César e de todos os que fecham os olhos: relatório da Comissão Europeia sobre riscos de captura e 'lavandaria' por máfias via clubes de futebol: página 232 a 240 detalha e até dá exemplo de esquema russo em Portugal, detectado por PJ e Europol: Operação Matrioskas", pode ler-se no primeiro de dois tweets da ex-eurodeputada do PS sobre o tema.

E prossegue: "Na página 235, a Comissão Europeia aponta uso de 'membros da família, advogados, consultores e contabilistas' em transferências de jogadores de futebol para criar estruturas para branquear e transferir fundos e investimentos mafiosos em negócios legítimos, via contratos de imagem, publicidade e patrocínio...".

Recorde-se que a socialista Ana Gomes enviou, no princípio do mês, uma carta onde exige que as transferências do futebol português sejam investigadas. O documento, que inclui vários documentos da plataforma Football Leaks, fundada pelo pirata informático Rui Pinto, foi enviada a várias autoridades portuguesas e instâncias europeias. Segundo a, na altura, ainda eurodeputada a documentação demonstra uma "série de relações problemáticas entre o mundo do futebol e atividades criminais, como branqueamento de capitais, evasão fiscal e fraude".

Recentemente, Ana Gomes questinou o valor que o Atlético Madrid pagou pelo jogador do Benfica João Félix, questionando se a transferência por valores tão elevados não seria um acaso de, precisamente "lavagem de dinheiro". Um assunto a que volta novamente na referida missiva, exigindo que seja feita "uma investigação ao obscuro mundo do futebol" e à transferência de jogadores de clubes portugueses para outros clubes europeus envolvendo "quantias de dinheiro escandalosas". O PS demarcou-se das declarações de Ana Gomes e a antiga eurodeputada respondeu: "Agradeço ao presidente Carlos César o afã de esclarecer o óbvio: não represento o PS e o que digo e escrevo só me vincula. Sendo socialista, e não apparatchik, não abdico de dar uso à minha cabeça... Já César, usa o que pode face a Vieira: a César, o que é de César. E viva o Partido Socialista!", escreveu no Twitter esta sexta-feira.