António Costa afirma que descentralização do Estado tem que avançar este ano
Primeiro-ministro falava num jantar em Guimarães com autarcas de Braga e Viana do Castelo

O primeiro-ministro afirmou esta quinta-feira que a descentralização do Estado tem que avançar "este ano" e anunciou para o próximo conselho de Ministros a aprovação de uma proposta de lei que prevê transferir novas competências para freguesias e municípios.
"Tenho dito e insistido que a pedra angular da reforma do Estado é mesmo esta da descentralização e este é o ano para o fazer, porque no final deste ano teremos eleições autárquicas e quando os cidadãos elegerem os novos autarcas devem estar a eleger autarcas com um novo ciclo que começa já com novos poderes e novos meios", afirmou o primeiro-ministro.
António Costa anunciou, por isso, mudanças para breve no que toca as competências do poder local.
"No Conselho de Ministros da próxima semana iremos aprovar a proposta de lei que iremos apresentar da Assembleia da República para transferir novas competências para os municípios e para as freguesias, transferir novos recursos para as freguesias e para os munícipes, de forma a que no próximo mandato autárquico os autarcas tenham melhores condições para servir ainda melhor as populações", apontou.
As alterações no poder local, lembrou o primeiro-ministro, não se farão sentir apenas ao nível das competências de freguesias e municípios, mas também será mudado a forma de funcionamento das CCDR que deixarão de ser "órgãos avançados do Estado a responder perante Lisboa".
"A partir do próximo ano, as CCDR deixarão de ser nomeadas pelo Governo e passarão a ser eleitas em cada uma delas pelo conjunto dos autarcas de cada uma das regiões de forma a que respondam perante os autarcas, sirvam efetivamente o desenvolvimento das suas regiões", explicou.
O também secretário-geral do PS enfatizou que a reforma que o Governo pretender levar a cabo não pode ser uma reforma de um partido só.
O chefe do Governo deixou ainda uma visão a longo prazo para o pais, lembrando que o Portugal "pós 2020" tem que começar a ser preparado pelos autarcas eleitos já este ano.
"É aos autarcas que serão eleitos este ano e às CCDR que eles elegerão que já caberá o esforço que vai ter que ser desenvolvido em 2018, para ser negociado na União Europeia em 2019, para que a partir de 2020 tenhamos novos programas regionais mais aderentes, mais sintonizados, com maior eficácia relativamente aquilo que é o potencial efetivo de cada região", concluiu.