Dois mil euros por uma barraca, com puxada de água e luz: o negócio escondido

Há quem pague por uma "casa" de madeira e chapa em Odivelas, Almada e Setúbal

No Barruncho, os moradores montaram uma piscina no meio das barracas para fazer face às temperaturas de quase 40 graus, em agosto
No Barruncho, os moradores montaram uma piscina no meio das barracas para fazer face às temperaturas de quase 40 graus, em agosto • Foto: Mariline Alves

J., 25 anos, chegou há dois meses da ilha de Santiago, em Cabo Verde, com os dois filhos menores. Aterraram em Lisboa e foram diretos para o Barruncho, em Odivelas - um bairro de barracas que existe desde a década de 60, onde ainda hoje vivem cerca de 90 famílias, com promessas de realojamento. A mãe de J. mora ali há duas décadas. Veio para receber tratamento médico e ficou. J. está à procura de trabalho: “Em Cabo Verde trabalhamos, mas recebemos pouco”, explica, saltando do português para o crioulo. Os filhos entretêm-se à sombra de uma lona a brincar. Como J. não tem dinheiro, conta que é a mãe que paga as despesas. “É a minha mãe que paga a renda.” Renda? “Sim.” Quanto paga? “Mais ou menos 300 euros.”

Nos corredores da Câmara Municipal de Odivelas e nos arredores deste bairro sussurra-se que estará a ser cobrado dinheiro a quem chegou há menos tempo para ocupar uma barraca, à semelhança do que foi denunciado pela autarquia de Loures no bairro do Talude. Fontes políticas, policiais e outras ligadas à assistência social nas câmaras da área metropolitana de Lisboa confirmam à SÁBADO que a situação é generalizada. Ou seja, há especulação de barracas nos bairros de Lisboa, de compra e venda por terreno (o mais comum) até a situações de arrendamento. .

Por Sábado
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