Keita Baldé: «Gostava de ir lá bem vestido, com 10 amigos negros e tentar alugar quartos»
Senegalês ajudou trabalhadores temporários em Espanha e história vai ser contada num documentário

Em junho do ano passado Keita Baldé foi notícia pelo gesto de solidariedade que teve com um grupo de 200 trabalhadores temporários africanos que dormiam nas ruas de Barcelona. O internacional senegalês, atualmente ao serviço da Sampdoria, alugou um prédio em Lérida, pagou todas as despesas de alojamento e dias depois enviou roupas para os elementos do grupo.
Relacionadas
Apesar de agradecer o apoio de quem o ajudou - como estava no Mónaco, teve o precioso auxílio de Nogay Ndiaye, professor do ensino secundário e ativista anti-racismo em Espanha - a arranjar solução para os trabalhadores, Baldé não esconde os obstáculos encontrados por causa do racismo como os 'não' que recebeu em muitos hotéis. "Gostava eu mesmo de ir lá bem vestido, com mais dez amigos negros e tentar alugar vários quartos", atira. "Aprendi mais com pessoas anónimas do que com pessoas famosas", reconhece ainda Baldé.
O internacional senegalês diz ser "um orgulho" poder ajudar, mas reconhece que "ninguém merece estas dificuldades" e diz que a situação o ajudou a relativizar as coisas no futebol. "Quando vejo alguém triste no balneário, olho para ele e pensamos que lixamos a cabeça por coisas sem sentido. Os verdadeiros problemas são outros", destaca.