Tecnologia ajuda nos direitos humanos, mas é preciso cuidado
Secretário-geral da Amnistia Internacional deixa aviso durante o Web Summit

A tecnologia pode dar um contributo importante para a defesa dos direitos humanos, defendeu hoje o secretário-geral da Amnistia Internacional, mas alertou que a falta de privacidade pode ser a diferença entre a vida e a morte.
Robert Scoble é um defensor dos avanços da tecnologia e apareceu no palco com um equipamento inovador, uns óculos tecnológicos, com um conjunto de funções, enquanto Salil Shetty é mais cauteloso e refere a definição de regras e leis para a utilização de meios que podem invadir a privacidade das pessoas.
Para justificar a sua posição, Salil Shetty referiu os exemplos do que se passa na Turquia onde "jornalistas estão na cadeia por causa da sua exposição online", ou a utilização de ´drones´ no Paquistão que, num ataque militar, não evitaram a morte de civis.
A consequência da invasão de privacidade "pode ser a diferença entre a vida e a morte", realçou.
Salil Shetty apontou ainda que a tecnologia permitiu o maior conhecimento do que são os direitos humanos, levando as pessoas a exigirem que sejam respeitados e as próprias empresas e organizações estão mais alerta para esta questão.
Por outro lado, as novas tecnologias são uma ajuda à própria Amnistia Internacional para a divulgação das suas campanhas e para obterem ajuda da parte de cidadãos de todo o mundo.
Robert Scoble resume a sua posição dizendo que "a tecnologia tem vantagens e desvantagens e as pessoas aceitam as desvantagens para usufruírem das vantagens".
A Web Summit é uma conferência global de tecnologia, inovação e empreendedorismo que reúne cerca de 53 mil participantes de 166 países, incluindo 15 mil empresas, sete mil presidentes executivos e 700 investidores.