A arbitragem é um sempre um dos temas quentes no futebol português e, por exemplo, poucas semanas após o polémico penálti cometido por António Silva frente ao Casa Pia – por mão na bola, num lance em que a bola ressalta primeiro na barriga do defesa do Benfica –, Duarte Gomes, diretor técnico nacional de arbitragem da FPF, explicou um dos lances mais difíceis de avaliar no futebol: os de braço ou mão na bola. Ontem, no programa ‘Livre Arbítrio’ do Canal 11, o antigo árbitro escolheu alguns lances de partidas... da liga turca. O primeiro, num duelo relativo à temporada passada entre Besiktas e Sivasspor, mostrava um possível penálti devido a braço na bola de um defesa da segunda equipa.

“É uma recomendação internacional. Não existe desvio nenhum e tem braço muito aberto em relação a trajetória da bola, quando tenta arrepender-se já desviou completamente. São decisões da UEFA que também seguimos”, explicou, mostrando as considerações da Direção Técnica Nacional neste tipo de lances: “A bola vem de longe e permite tempo de reação do defesa, que segue toda a sua trajetória. O braço esquerdo coloca-se numa posição não natural para o movimento defensivo, fazendo o corpo do jogador aumentar em volumetria de forma evitável e desnecessária.” A decisão neste caso passa por assinalar “pontapé de penálti sem ação disciplinar”, num “lance claro e evidente” – tem de haver intervenção do VAR se o árbitro não assinalar infração.

Duarte Gomes deixou claro que um dos objetivos passa por uniformizar critérios e aumentar a consistência neste tipo de lances (e não só).