Os árbitros aceitaram suspender a ‘greve’ para os jogos da Taça CTT de novembro e dezembro em nome da estabilidade e da ‘paz social’ com a Liga, com quem negoceiam também nesta altura a revisão dos prémios de jogo, congelados há oito anos.
Ao que foi possível saber, o anúncio feito pela Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) e Pedro Proença, presidente da Liga, após a assembleia geral da Federação de anteontem, resulta acima de tudo do entendimento de ambas as partes da necessidade de manter o diálogo em vários pontos essenciais para o sector da arbitragem, nomeadamente na questão da revisão dos prémios de jogo.
Além disso, a Liga também se comprometeu a continuar a lutar contra o clima de ódio, mantendo-se disponível para aceitar as propostas da APAF à revisão dos regulamentos, sobretudo o disciplinar. Os árbitros pretendem que diretores de comunicação e comentadores ligados a clubes sejam punidos sempre que se excederem nas críticas às atuações dos árbitros, especialmente em casos em que seja colocado em causa o bom-nome dos juízes.
APAF chegou a propor perda de pontos
A APAF apresentou uma série de propostas para o regulamento disciplinar da Liga no final da época passada. Uma delas, e que mais controvérsia gerou, foi a possibilidade de penalizar os clubes com a perda de pontos, caso os seus responsáveis se excedessem nas críticas aos juízes. A medida, que tinha também o apoio do Benfica, acabou por não ser acolhida pelos clubes.
A própria Liga também já tentou punir comentadores com ligações a clubes por declarações que colocassem em causa o bom-nome das competições, mas a norma foi chumbada pelo Tribunal Arbitral do Desporto.