Convidado a explicar como e por que razão acedeu ao sistema informático da Procuradoria Geral da República, Rui Pinto foi perentório em identificar um alvo: Amadeu Guerra. Na sessão de julgamento que decorre esta segunda-feira no Campus de Justiça, o pirata informático revelou que pretendia, e conseguiu, entrar na caixa de correio electrónico do antigo diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal [DCIAP], "um adepto benfiquista". "Percebi que a prioridade de Amadeu era apanhar o hacker do futebol. Os processos onde eu era suspeito tornaram-se a prioridade. Os processos de corrupção desportiva passaram para segundo plano. Essa equipa especial criada no DCIAP foi um autêntico flop", atirou.
Acedendo aos emails do ex-diretor, Rui Pinto acreditava que conseguiria chegar à fonte judicial que passava informações à comunicação social, mais especificamente à revista 'Sábado'. "A 13 de setembro de 2018, a Sábado publicou um artigo sobre, entre outras coisas, os emails o Benfica. Juntaram um monte de mentiras e comecei a receber dezenas de ameaças de morte. A conta de Facebook do meu pai foi hackeada, ele fez uma queixa na Polícia Judiciária [PJ], um caso que meteram numa gaveta e arquivaram sem qualquer diligência. O artigo falava em tentativa de extorsão ao Benfica, Sporting e em venda de informação ao FC Porto. Parte desse artigo tinha sido baseado em fontes judiciais, é evidente. E a fonte judicial podia ser um inspetor da PJ ou alguém no DCIAP. Então o meu foco voltou-se para o DCIAP. Queria saber quem era a fonte que estava a passar essas informações mas infelizmente nunca consegui lá chegar", revelou o hacker, que responde por 90 crimes.
O arguido no processo Football Leaks voltará a tirar as dúvidas ao coletivo de juízes na segunda-feira, dia 7 de novembro. As elegações finais estão marcadas para o início de janeiro.
Por Rita PedrosoColetivo de juízes justifica marcação dessa data com a "não exclusividade de membros do coletivo de juízes", que contam com outros processos de caráter mais urgente.
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