Até Jorge Simão falou em "sorte" no apuramento frente ao FC Porto, através do desempate por penáltis, mas para o novo herói de Trás-os-Montes, o guardião António Filipe, essa felicidade resultou de muito empenho prévio. "Nada vem do acaso e levámos em conta todos os pormenores. Tudo foi preparado e trabalhado até à exaustão, pois a possibilidade da decisão acontecer nos penáltis foi sempre tida em conta", explica o guarda-redes, de 31 anos, que amargou a noite a Layún, Depoitre e André Silva.

"Fomos eliminados pelo Rio Ave, nos penáltis, na Taça CTT, porque é difícil estudar jogadores que não são muito utilizados. Desta vez, a história foi diferente. Sabíamos quem eram os jogadores e a forma como gostam de bater", acrescenta António Filipe, que agradece a recolha meticulosa feita pelo treinador de guarda-redes dos flavienses, Carlos Pires.

"O míster tinha vídeos que ajudaram e até o estender do braço no momento de alguns jogadores cobrarem, apontando para onde deviam rematar, foi estudado", frisa o habitual suplente de Ricardo, que com esse gesto fez lembrar o guardião do Valencia, Diego Alves. "Nunca joguei no Jamor e quero chegar à final", conclui.

Momento mais alto da carreira

Logo de manhã, a caminho do estádio, António Filipe sentiu o carinho dos adeptos. "Foi um acordar diferente, não vou esconder, mas não me sinto um herói. Este foi, isso sim, o momento mais alto da minha carreira", assume o guardião, elogiando "o povo que acompanha a equipa para todo o lado. É uma cidade pequena, mas as pessoas sentem o clube e são especiais."