Foi perante cerca de 300 pessoas que Rodrigo Nunes e a respetiva direção do Feirense esclareceram a desavença entre o clube e a SAD. Numa reunião extensa e de alta importância no futuro do emblema fogaceiro, os associados quiseram ver esclarecidas todas as razões que levaram as partes a voltarem costas, ao ponto de a equipa profissional já nem utilizar as instalações.
Com efeito, Rodrigo Nunes, líder máximo do clube, não deixou nada por dizer e elencou as origens do problema, a começar pela dívida que, diz, a sociedade tem ainda por liquidar. "A SAD deve-nos 629 mil euros. Talvez um milhão, se formos rigorosos, mas 629 mil euros. Após descontos, fica por 449 mil. Até falámos em pagarem 400 mil euros, mas mesmo assim não pagam", apontou, num episódio que, em "sentido figurado", rotulou de "tentativa de assalto": "Tivemos dois anos de cartas devolvidas porque não sabiam onde estavam os devedores.".
Simultaneamente, Rodrigo Nunes lembrou que fechar as instalações foi "uma decisão dos sócios", depois de "quatro anos a segurar as pontas". Para além disso, acusou a SAD de "arrogância", por esta achar que a providência cautelar interposta ao clube se "resolvia numa semana".
Por outro lado, o presidente do clube deixou críticas a outras situações como o acesso proibido "aos camarotes durante um ano" ou as "reuniões conspirativas para derrubar o Rodrigo Nunes".
Novo emblema sem caso Belenenses
A criação do CD Feirense 1918, que foi noticiada nos últimos dias, não foi, segundo Rodrigo Nunes, da autoria do clube, ainda que este tenha autorizado a utilização do nome. Ainda assim, o líder elogiou a iniciativa, que foi comparada à Dragon Force. Opinião diferente teve o treinador Pedro Martins que, mesmo elogiando o trabalho do presidente, discordou deste ponto. Certo é que, segundo a nova lei, um novo caso Belenenses parece impossível.