O Olhanense viu este domingo consumada a queda nos campeonatos distritais, por via da derrota (1-0) no terreno do Oriental Dragon, na 22.ª jornada do Campeonato de Portugal, e Isidoro Sousa, presidente do clube, mostra-se "profundamente triste, a ponto de dizer que se trata de um dia de luto e de uma das páginas mais negras da história do futebol na cidade de Olhão".
O histórico dirigente, que conduziu o Olhanense à 1.ª Liga em 2008/09, aponta o dedo à SAD. "A partir da época 2013/14 o clube deixou de ter qualquer palavra a dizer no futebol profissional, com a constituição da SAD, e desde então foi sempre a descer, até esta humilhação, com a queda nos distritais, sequência última de sucessivos desastres desportivos e financeiros", acusa.
O Olhanense participou pela última vez em competições distritais na época 1946/47 "mas por tal ser obrigatório para participar na 1.ª Divisão nacional, pois só os campeões de algumas associações do país, incluindo a de Faro, competiam nesse patamar", lembra Isidoro Sousa, recordando sumariamente "um passado de glória, que inclui a conquista do Campeonato de Portugal de 1924 e títulos da 2.ª e 3.ª Divisões nacionais e, já no presente século, da 2.ª Liga".
Sobre a descida consumada neste domingo, "não há memória de uma vergonha como esta e se o futebol sénior do Olhanense cai nos distritais isso é apenas fruto da incompetência das pessoas que passaram pela SAD, incapazes de definir um projeto sólido ou, alternativamente, de se afastarem para dar lugar a outros, pois interessados, em tempos não muito distantes, não faltaram", assinala Isidoro Sousa.
Os problemas vividos pela SAD, a contas com um passivo na ordem dos dois milhões de euros, afetam o clube. "Como a SAD não tem as contas em dia com a Segurança Social e o Fisco, o clube não pode receber verbas de entidades públicas, como, por exemplo, as que provinham da Câmara de Olhão, no âmbito do contrato-programa para as atividades amadoras", diz Isidoro Sousa, adiantando que "só com muita imaginação e o esforço diário de muita gente conseguimos manter em atividade algumas centenas de jovens desportistas".
Caso a SAD decida cessar a sua atividade, "tudo faremos para que o futebol sénior não morra em Olhão e, se os sócios quiserem, desenvolveremos esforços para criar uma equipa", assegura o líder do clube, apelando aos sócios (atualmente são cerca de 300 os pagantes) "para que não abandonem o clube, pois é nestes momentos difíceis e duros que precisamos de estar juntos, a fim de criar condições para que o Olhanense, gradualmente, recupere o seu prestígio e força".