O escocês Stuart Baxter ainda não tinha sido oficializado como treinador do Boavista quando se pronunciou ao jornal sueco 'Sport Bladet' sobre a hipótese de liderar o emblema do Bessa, mas aceitou o desafio e, com algum humor à mistura, deu um vislumbre sobre quais serão as suas ideias para tentar garantir a permanência, bem como apresentou uma solução para travar a veia goleadora do leão Gyökeres, que será adversário dos axadrezados na 31.ª jornada, depois da visita a Faro que se segue.

“Se conseguirmos sobreviver, quero continuar e ajudar a construir algo novo. Em termos de história, do estádio, dos adeptos, da instituição Boavista, isto é realmente emocionante”, comentou o treinador, reconhecendo que tem pela frente “uma missão muito difícil, mas também um desafio muito divertido”.

Avaliação inicial pragmática suficiente para Stuart Baxter apresentar alguns argumentos inusitados, certamente com o objetivo de apresentar-se ao universo axadrezado de uma forma descomprimida.

“A receita para concluir o contrato é estacionar muitos autocarros.  Veremos se Gyökeres consegue escalá-los dentro de duas semanas”, atirou o técnico, para logo de seguida esclarecer a psicologia da sua abordagem : “Agora a sério, não posso entrar e mudar muitas coisas. Trata-se de focar alguns detalhes táticos importantes. Para elevar a mentalidade do grupo, onde a pressão deveria estar sobre mim como treinador, e não sobre os jogadores”.

Contudo, os denominados ‘mind games’ do escocês não se ficaram pela forma como encara o desafio dos axadrezados, dado que o técnico assume a experiência acumulada por todo o planeta como um argumento capaz de injectar a confiança necessária, razão pela qual também atirou que, apesar dos seus 71 anos, chega a Portugal em melhor forma que alguns jogadores de futebol

“Ganhei títulos em dois continentes diferentes e acredito que consigo lidar com a maioria dos grupos diferentes e treinei arduamente no ginásio do hotel uma hora antes da partida para Portugal. A minha percentagem de gordura corporal é de 13, talvez inferior à de alguns jogadores. Sinto-me em muito boa forma física e mental.”, comentou Stuart Baxter, incapaz de travar uma valente gargalhada quando foi questionado se já não deveria de estar a usufruir da reforma: “Hahahaha. Sei como é a sociedade, mas ainda não me sinto preparado. Vamos ver como corre e o que posso contribuir. Tenho de ser aberto sobre isso. Quando o Boavista me perguntou recentemente se estava interessado, perguntei-me se era suficientemente apaixonado. A minha própria resposta foi um rotundo sim e a minha mulher adoraria mudar-se para Portugal”.