Ordem dos Médicos lamenta ainda não ter tido respostas sobre baixas dos polícias

Nos últimos dias, vários elementos apresentaram baixas levando ao cancelamento de jogos da Liga Betclic e da Liga SABSEG

• Foto: Vítor Chi


A Ordem dos Médicos (OM) lamentou esta quinta-feira ainda não ter recebido respostas do Ministério da Administração Interna (MAI) e da direção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) sobre as baixas passadas aos polícias.


"Tenho de lamentar que, até ao dia de hoje - em que já passaram quase duas semanas -, a OM não teve qualquer resposta, nem sequer a dizer que tinham recebido o nosso ofício", disse o bastonário da OM, Carlos Cortes, à margem de uma visita ao Hospital de Faro.


O bastonário recordou ter enviado um ofício ao MAI e à direção nacional da PSP um dia depois de, a 3 de fevereiro, o jogo Famalicão-Sporting, da Liga Betclic, ter sido adiado por falta de policiamento.


Segundo a PSP, "antes do início do policiamento ao evento, um número não habitual de polícias informaram que se encontravam doentes, comunicando baixa médica".


A situação também se repetiu em duas partidas da Liga SABSEG no mesmo fim de semana.


"Para a OM ter uma intervenção adequada, em relação ao problema, nós temos de ter aqui factos. E a verdade é que, até ao dia de hoje, não há nenhum facto que tenha sido reportado à OM", disse hoje Carlos Cortes aos jornalistas.


O bastonário da Ordem dos Médicos criticou ainda a suspeita "absolutamente inadmissível" que se gerou imediatamente sobre os médicos que passaram os atestados, exigindo "alguma ponderação" e sublinhando que quer "trabalhar sobre factos concretos".


"Em primeiro lugar, [é preciso] sabermos exatamente o que aconteceu e, a partir desse momento, atuarmos e termos uma intervenção. A OM poderá ter uma intervenção, se for caso disso. Mas, para isso, o MAI e a direção nacional da PSP têm de informar cabalmente a OM daquilo que aconteceu", vincou.


A Ordem, prosseguiu o bastonário, "não tem o poder para ir aos consultórios e saber o que aconteceu, a não ser que as autoridades nos remetam essa informação".


Questionado sobre se a situação descredibiliza a classe, Carlos Cortes reforçou que "neste momento não há nenhum facto", não é conhecido "que tipo de baixas foram dadas, se é que foram dadas baixas", ou "que tipo de motivo levou a que as forças policiais não estivessem presentes no momento da sua atividade".


"Quando a OM souber, irá intervir em conformidade e aí podemos não especular, como estamos a fazer neste momento, mas podemos opinar, podemos fazer um julgamento em consciência perante factos, que nós, até ao dia de hoje, lamentavelmente ainda não temos", acrescentou.


Carlos Cortes solidarizou-se com a luta dos polícias "no sentido de defenderem - e bem - melhores condições de trabalho".


Os elementos da PSP e da GNR têm protagonizado vários protestos para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, tendo a contestação começado há mais de um mês.


A maioria dos protestos tem sido convocada através de redes sociais, nomeadamente WhatsApp e Telegram, tendo surgido o movimento inorgânico 'movimento inop' que não tem intervenção dos sindicatos, apesar de existir uma plataforma criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.


Nos últimos dias, vários polícias da PSP e militares da GNR apresentaram baixas, o que levou ao cancelamento de jogos da Liga Betclic e da Liga SABSEG, apesar de a plataforma não assumir que sejam uma forma de protesto, tendo o ministro da Administração Interna determinado a abertura de um inquérito urgente à Inspeção Geral da Administração Interna sobre estas súbitas baixas.

Por Lusa
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