Guarda-redes português pendurou as luvas esta semana, aos 37 anos
Rui Patrício colocou um ponto final na carreira esta semana e hoje, sexta-feira, foi homenageado na Cidade do Futebol, numa cerimónia onde falou com os jornalistas e garantiu que quer ficar ligado ao futebol, pouco depois de Pedro Proença ter revelado que o antigo guarda-redes terá um cargo na Federação Portuguesa de Futebol.
"É lógico que é um dia marcante, mas é um dia de muita consciência. Senti que era o momento certo para o fazer e estou muito feliz. Estão aqui muitas pessoas importantes para mim e há muitas mais que não puderam estar presentes. Mas todos foram muito importantes na minha vida e carreira e agradeço uma vez mais a todos", começou por dizer Rui Patrício, numa cerimónia onde também estiveram presentes nomes como Fernando Santos, Paulo Bento, Roberto Martínez, Ricardo, Éder, Adrien ou Frederico Varandas.
O regresso a Portugal foi ponderado?
"Não. Tomei a decisão de deixar o futebol agora porque quis. Podia ter continuado a jogar, mas queria terminar agora. Comecei aos 18 anos na alta competição, muito novo, e senti que era o momento de parar. Quero fazer outras coisas, poder estar com os meus filhos, e então tomei esta decisão. Estou muito feliz com ela. Foi algo muito ponderado".
Vai manter-se ligado ao futebol?
"Sim... Quero ficar ligado ao futebol, mas neste momento estou a aproveitar um bocadinho aquilo que não tive com a minha família e com os meus filhos. Quando sair daqui, por exemplo, vou para a festa de Natal dos meus filhos. São estas pequenas coisas que estou a aproveitar e é isso que vou fazer. E depois, sem dúvida que vou continuar ligado ao futebol".
Relacionadas
Pedro Proença disse que terá um cargo na Federação. Pode revelar-nos qual vai ser a sua função?
"Não, isso ainda não... Ainda não falámos sobre isso. O dia de hoje é especial para mim e é preciso desfrutar, sem se falar do que se vai ou não fazer na Federação. O mais importante é agradecer a todos os que estiveram aqui presentes e a todos vocês também. Muito obrigado, é sem dúvida um dia muito importante para mim e só tenho de agradecer a todos".
Consegue explicar-nos em quem se inspirou no início da carreira?
"Acompanhava sempre os guarda-redes portugueseses, que na altura [em que iniciei] era o Vítor Baía. Depois, quando cheguei ao Sporting, eram o Nélson e o Tiago. E tive a sorte de trabalhar com eles mais tarde. Fui também muito daqueles que via. Como via o Vítor Baía a jogar, o Nélson, o Schmeichel, foram experiências para mim".
Alguma vez esteve próximo de deixar o Sporting para uma grande transferência?
"São coisas das quais nem quero falar, porque coisas que podiam ter acontecido e não aconteceram são passado. Estou numa nova fase da minha vida. Se gostava de ter jogado noutro clube? O que tinha para jogar joguei. A minha vida foi assim, a minha carreira foi assim, e estou muito feliz por isso".
Qual foi a melhor defesa da sua carreira?
"Acho que foi contra a França [na final do Euro'2016], até pelo impacto que teve...".
Qual o peso de ter vestido a camisola da Seleção? Acredita que Portugal pode ser campeão do mundo? Sente pena de não poder lá estar?
"Não, eu já decidi acabar a minha carreira e, acabando agora, era impossível estar lá. Mas acredito que é muito possível. Temos uma grande equipa, grandes jogadores, um grande selecionador, uma grande estrutura, tudo para conseguirmos ser campeões do mundo. E espero mesmo, como português, que consigamos festejar este título que é o sonho de todos nós. E agora, a ver de fora, acho que vou sofrer ainda mais... Agora vou sentir na pele o que todos vocês também sentiam. E com umas cervejas na mão também...".
Sai com o sentimento de dever cumprido? Há algum ponto alto na sua carreira?
"Saio muito satisfeito com o que fiz e por finalizar agora a carreira, foi algo pessoal e fui eu que tive o poder de dizer. Podia ter continuado, mas não o quis fazer. Apesar de ter convites. Todos os momentos foram muito bons. Os positivos, os negativos. Fizeram-me crescer muito. Desde que comecei a jogar até ao dia de hoje, estou muito orgulhoso de tudo o que fiz".
Que legado deixa?
"Não gosto muito de falar do que fiz. Acho que isso está demonstrado. O que fiz, a pessoa que fui e a pessoa que sou. Quem me conhece sabe o que sou. O que deixo aos jovens é o exemplo de superação. Vão existir sempre muitas dificuldades para quem começa e é superar isto tudo. A vida é de superação. Há momentos bons, menos bons, e o mais importante é saber o que queremos na vida, o que queremos conquistar, e acreditar nisso e dar sempre o melhor".
Há algo de que se arrepende?
"De nada. Estou muito orgulhoso do que fiz e saio de coração cheio".
Treinador português foi um dos muitos nomes a marcar presença na homenagem ao guarda-redes, que terminou a carreira
Alemão de 45 anos tem passagens por federação germânica e Bayern Munique
Avançado do Sp. Braga terá de ser operado a fratura no quinto metatarso do pé direito
Presidente da FPF recorda voo do guarda-redes, que agora terminou a carreira, na final do Euro'2016
Jovem defesa do Boca Juniors fez confissão aos jornalistas
Avançado uruguaio de 38 anos deve rumar ao Nacional de Montevideo
Estudo mostra que os jogadores têm mais dificuldades em se impor ao saírem muito jovens dos seus países
Belgas e holandeses também perderam