José Alberto Costa: As ternas recordações de história com 30 anos

Coimbra foi a sua paixão: lá passou os anos mais felizes da vida, entre 1971 e 1978, isto é, entre os 17 e os 24 anos, período que serviu também para lançar com segurança a carreira de alguém que deixou marcas no futebol português.

Era um extremo-esquerdo rápido, bom driblador, que cruzava com critério, dominava perfeitamente os terrenos que pisava e tinha do jogo uma noção de solidariedade que o tornava ainda mais valioso.

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O prémio simbólico pelo romance que o uniu eternamente ao clube e à cidade teve a forma da internacionalização em Março de 1978. A primeira das 24 que havia de somar até ao fim da carreira.

Origens

Nasceu no Porto, mas as exigências profissionais do pai, que era juiz desembargador, obrigaram-no a sucessivos périplos pelo norte do País – Famalicão, Mirandela, Chaves, Ovar, Santa Maria da Feira e Vila Real, onde começou a jogar como federado e terminou o liceu. Em Vila Real viveu quatro anos.

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Coimbra surgiu na sua vida primeiro com o intuito de entrar na Universidade, depois porque o futebol lhe abria também uma porta com futuro. A vontade de tirar o curso de engenheiro mecânico não resistiu à superior dimensão futebolística, desde logo referenciada como suficiente para alimentar uma carreira ao mais alto nível. Desde 1972, ou seja, desde os seus 18 anos, que os grandes clubes portugueses apertaram o cerco à espera do assalto final.

Grandes em acção

Estreou-se na primeira equipa da briosa frente ao Belenenses, pela mão de Juca – vitória por 2-0. Mas nem o facto de a Académica ter descido de escalão fez diminuir o interesse de outros clubes no seu concurso. O Sporting foi o primeiro a entrar em acção, em 1972, ou seja, quando o talentoso jogador ainda só tinha 18 anos.

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Um ano depois foi a vez de o Benfica avançar, mas teve a mesma sorte, neste caso o mesmo azar – e ao FC Porto, em 1974, sucedeu o mesmo. Mas os azuis e brancos insistiram nos anos seguintes e acabaram por ter sucesso. Para José Alberto Costa, em causa estava uma opção de vida: o curso ou o profissionalismo.

Só em 1978, analisados prós e contras da proposta azul e branca, aceitou abraçar de alma e coração a carreira de jogador profissional. Só então Costa foi para as Antas, só então correspondeu à vontade já expressa, mais de uma vez, por José Maria Pedroto.

O regresso

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Em Coimbra viveu sete anos inesquecíveis, naquele período importante da vida de qualquer homem – o da transição do final da adolescência. À distância de trinta anos não será fácil traduzir em palavras a sua verdadeira dimensão como jogador nesse período, principalmente pelo aparente excesso que foram sete anos ao serviço da Académica.

De qualquer modo, com a camisola negra foi uma vez à selecção nacional (chamado por Juca) e só não foi mais porque o azar lhe fez companhia em várias ocasiões (Pedroto tentou levá-lo antes disso, mas nas vésperas dos jogos sofreu pequenas lesões sistemáticas).

Depois de ter representado a Académica em 1990/91 como treinador, José Alberto Costa regressa hoje a casa: leva a memória dos tempos felizes que ali passou; a satisfação de ser treinador de uma equipa que o prestigia; a segurança de liderar um conjunto de jogadores que, sendo o orgulho dos poveiros, são também merecedores da admiração de todos os adeptos do futebol.

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Carreira de jogador

Apesar de ter nascido no Porto, foi em Vila Real que José Alberto Costa se iniciou no futebol. Um percurso marcado pelo sucesso da passagem por Coimbra (que o levou à selecção nacional a 8 de Março de 1978, frente à França) e pela superior dimensão que encontrou ao serviço do FC Porto. O doloroso final aconteceu ao serviço do Marítimo, apressado por grave lesão em Dezembro de 1986.

1969/70 - Vila Real (juvenis e juniores)

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1970/71 - Vila Real (seniores)

1971/72 - Académica (juniores)

1972/76 - Académica (seniores)

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1976/78 - Académico de Coimbra (*)

1978/85 - FC Porto 1985/86 - V. Guimarães

1986/87 - Marítimo

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(*) Em 1976, a Associação Académica de Coimbra mudou temporariamente o nome para Clube Académico de Coimbra.

Carreira de treinador

Pareceu claro que a paixão que tinha pelo jogo o levaria a abraçar a carreira de treinador. Porque foi sempre um homem interessado pelos estudos e nunca parou de aumentar o conhecimento das coisas; porque a vida, a partir de certa altura, passou a ter o futebol como referência obrigatória e não a engenharia mecânica, tornou-se treinador. Era inevitável.

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No Marítimo, logo a seguir a terminar a carreira de jogador, passou a integrar a equipa técnica do clube. Frequentou um curso em França, cumpriu as etapas necessárias em Portugal e na época 1990/91 treinou a Académica, como responsável principal. Seguiu-se a experiência na equipa técnica nacional e o contacto com a equipa de sub-21. No final de 1993, Carlos Queiroz assumiu o cargo de treinador do Sporting e levou-o como braço direito. A relação prosseguiu no Japão (Nagoia Grampus Eight) e nos Estados Unidos (Metrostars e selecção nacional).

Em 1999, José Alberto Costa decidiu começar do zero e esteve dois anos em Famalicão como treinador principal. A temporada 2001/02 iniciou-a ao serviço do Vizela, clube do qual se transferiu para o Varzim, em Dezembro de 2001. Em seis meses salvou a equipa da descida e lançou as bases de um trabalho que transformou o Varzim na grande sensação da época 2002/03.

Quem é quem

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Nome: José Alberto Costa

Data de nascimento: 31 de Outubro de 1953

Naturalidade: Nevogilde (Porto)

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Títulos: Campeão nacional pelo FC Porto (78/79 e 84/85); Taça de Portugal, também pelo FC Porto (83/84); campeão da II Divisão pela Académica (72/73); Internacionalizações: 24

Clubes no estrangeiro: Rochester Lancers (EUA), em Julho e Agosto de 1977.

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