O Nacional conseguiu garantir o essencial no fecho da jornada 33, mantendo vivo o sonho europeu à custa de uma vitória no Bessa que foi tão sofrida quanto feliz.
Confira o direto do encontro.
A equipa de Manuel Machado marcou na única e verdadeira oportunidade que criou e até o desvio no corpo do gigante Appindangoye, que trai Mika, é paradigmático para o largo sorriso que os madeirenses levam para casa, depois de uma atribulada viagem que durou quase dois dias, implicando o adiamento do jogo para a noite de ontem.
Por isso é que o Nacional já sabia que só uma vitória colocava a equipa ainda em pura competição por um lugar na Liga Europa, não deixando de ser sintomático o facto de, com o resultado de ontem, o Marítimo ter deixado de ter hipóteses matemáticas de chegar ao 6.º lugar, pois isso só sucederia em caso de igualdade com o P. Ferreira e o próprio Nacional, mas sempre com a equipa dos Barreiros a perder no confronto direto. Assim, resta ao Nacional procurar vencer o P. Ferreira na última ronda e esperar que o Belenenses não vença em Barcelos...
São as contas que restam depois de um jogo em que os axadrezados fizeram mais para tentar ganhar, mas encararam de frente uma equipa que foi, acima de tudo, especulativa e que soube guardar o bem precioso que representou aquele golo de Marco Matias aos 40’. Os homens da casa, de resto, até aí foram sempre mais incisivos na procura do golo, mas em boa verdade só conseguiram criar uma oportunidade que Gottardi negou com classe, defendendo em cima da linha a cabeçada de Idris. Isto já no fecho de uma 1.ª parte marcada pela omnipresença de Fary, que saiu um pouco antes para a merecida ovação em jogo de despedida dos relvados aos 40 anos.
Pobre
Com isto tudo já se percebeu que a segunda parte foi um autêntico bocejo, marcada apenas pela "esperteza" dos jogadores do Nacional, a especular e a "queimar" minutos. Mas tudo acabou em festa: com uma invasão pacífica a fazer lembrar aquele futebol à antiga. Na sua pureza!
MOMENTO
Já em tempo de compensações da primeira parte, Idris ganhou mais um lance de cabeça na área e Gottardi respondeu à altura, com uma enorme defesa a negar o golo do empate do Boavista.
NÚMERO
16 - O golo de Marco Matias é tão relevante para este jogo como para o próprio campeonato, pois há muito que não se via um português fazer frente aos principais goleadores. Já vai em 16...
HOMEM DO JOGO
Fary. Saiu a chorar como se ainda fosse aquele menino que ama o futebol na sua essência. Aos 40 anos, o senegalês deixa a sua marca no futebol português, com 10 épocas na 1.ª Liga, 221 jogos e 68 golos. Na hora do adeus, recebeu a devida ovação e o obrigado!
ÁRBITRO
Vasco Santos teve alguns problemas para lidar com a forma como os jogadores do Nacional "queimaram" tempo e não viu um lance para penálti de Luís Aurélio sobre Carlos Santos aos 57 minutos.