Oficializado no domingo como reforço do Arouca, Miguel Puche concedeu uma entrevista ao 'El Periódico de Aragón', na qual abordou os motivos que o levaram a aceitar o convite do Arouca e a deixar o Saragoça, detalhando também como se procedeu todo o processo da transferência.
"Tudo começou no estágio em El Pinatar", começou por dizer o avançado espanhol, referindo-se ao período de trabalhos de pré-época do Saragoça, que decorreu entre 23 e 29 de julho. "Recebi uma chamada da minha agência em que me disseram que uma equipa portuguesa, o Arouca, estava interessado em mim e desde o primeiro momento me pareceu uma boa opção. Custou-me tomar a decisão, sobretudo pelo que tinha de deixar em Saragoça. Deixares a família e amigos não é fácil", confessou o ponta-de-lança.
Sem surpresas, a oportunidade de jogar ao mais alto nível e de se estrear nas provas europeias também pesou na decisão. "Durante essa semana e a seguinte, as coisas foram evoluindo e foi aí que tomei a decisão de sair, porque acreditava que era o melhor para a minha carreira. Tinha de aproveitar a oportunidade que o Arouca me oferece de jogar na 1.ª divisão de Portugal e, além disso, na Liga Conferência. Era uma algo muito grande que não podia deixar fugir", frisou.
Ainda assim, Puche reconheceu que a opção de se mudar para Portugal e ficar longe de casa não foi fácil. "É a primeira vez que saio de casa depois de ter ido de Tarazona para Saragoça. Claro que não é o mesmo e é um salto importante. Mas custou-me, sim. Quando dava a notícia às pessoas, todos ficavam contentes, mas a minha família e entes queridos sentiam pena porque me vou afastar deles. Sair de casa e do clube da tua vida é duro", disse, revelando que foi complicado esconder a transferência dos colegas de equipa: "Estava um pouco mais introvertido do que o habitual. Alguns amigos perguntavam-me o que se passava, mas não queria dizer e custava-me guarda o segredo. Notava-se a minha pena por deixar o Saragoça."
Questionado sobre o facto de se ter transferido a custo zero, com a formação espanhola a manter metade do seu passe, o avançado admitiu que a iniciativa partiu da SDUQ do Arouca. "É uma estratégia do clube, que apostou forte em mim e não se conformava com um empréstimo, queria a transferência definitiva. Nós encaramos isso bem, porque era uma oportunidade muito grande que não podia desperdiçar", afirmou o espanhol, que ficou blindado por uma cláusula de rescisão de 10 milhões de euros, antes de concluir: "O Saragoça contava comigo, pelo jogador trabalhador que sou, que podia ir entrando e somando alguns minutos de jogo. Mas aquilo que queria era poder sentir-me importante e penso que no Arouca o vou conseguir."
Miguel Puche assinou por três temporadas com os arouquenses e já estará disponível para Daniel Ramos no duelo de quinta-feira, frente ao Brann, alusivo à 1.ª mão da 3.ª pré-eliminatória da Liga Conferência.