Rui Costa justificou a resultado negativo de 31 milhões de euros pelo atraso no mercado de transferências, provocado pelo Europeu da Alemanha. "O equilíbrio económico do exercício poderia ter sido facilmente alcançável se as movimentações de mercado tivessem avançado mais cedo, ao invés de proteladas para depois do Campeonato da Europa", sublinha o presidente do Benfica, na mensagem que acompanha o Relatório e Contas.
"Caso contrário, teria sido natural um resultado positivo, em linha com o primeiro semestre, a reforçar a robustez da Benfica SAD, cujos capitais próprios continuam elevados e num patamar sem paralelo no futebol nacional. A sustentabilidade económica da Benfica SAD está, indubitavelmente, assegurada, não se indiciando qualquer risco quanto ao cumprimento dos critérios financeiros da UEFA", reforça Rui Costa.
As transferências de João Neves (PSG), David Neres (Nápoles), Marcos Leonado (Al Hilal) e Morato (Nottingham Forest), as mais significativas, totalizaram 138,92 milhões de euros e consumaram-se apenas no exercício em curso. A SAD encarnada fechou o mercado de transferências com um lucro de 92,67 M€.
O líder dos encarnados também destacou as contratações feitas em janeiro. "Outra nota de relevo: parte do investimento realizado na competitividade do plantel foi feito com o propósito de antecipação ao mercado, permitindo a contratação de jogadores com elevada margem de crescimento a um preço comportável para a Benfica SAD", assinalou.
O dirigente, de 52 anos, reforçou: "Com os investimentos realizados em janeiro e ao longo do exercício reforçámos a estratégia: uma equipa mais competitiva, com uma média de idades mais baixa e um valor de mercado e potencial mais elevados. Para além disso, o número total de jogadores no ativo da Benfica SAD manteve a tendência de redução iniciada há três anos."
Frustração por falhar o 39
Rui Costa assumiu o desalento pelo desfecho da última temporada. "Sem rodeios, em respeito pela nossa ambição e a nossa história, temos de reconhecer que a época ficou aquém do que pretendíamos no plano desportivo, onde tínhamos fundadas e legítimas aspirações de conquistar o 39!"
O presidente dos encarnados sublinhou que "a vontade de ganhar" é o que move as águias. "Não nos contentamos com menos do que títulos e troféus: só eles nos preenchem e é por eles que trabalhamos apaixonada e empenhadamente, em paralelo com uma solidez económica que assegure as condições para o fazer." De positivo, a conquista da Supertaça, o apuramento direto para a Liga dos Campeões, "cuja receita
assegurada foi fundamental para o planeamento e competitividade desta nova época", e a confirmação da presença no Mundial de Clubes.
Uma última palavra para o futebol feminino. "A passagem para a esfera da Benfica SAD visa dar maior respaldo aos desafios cada vez mais exigentes nesta vertente do futebol. O Benfica tem assumido um papel central no desenvolvimento do desporto feminino em Portugal, onde se inclui, com nosso particular orgulho, o futebol. E assim continuará a ser."