A Assembleia Geral do Benfica chegou ao fim, com dois pontos principais a retirar. As contas do clube foram aprovadas por mais de 80% dos sócios. No que toca à auditoria forense, "não foi identificada qualquer situação em que a SAD tenha sido lesada por qualquer dos seus representantes", revelou Sílvio Cervan.
O vice-presidente do Benfica, Sílvio Cervan, anunciou que "não foi identificada qualquer situação em que a SAD tenha sido lesada por qualquer dos seus representantes" na auditoria forense. Durante a Assembleia-Geral do clube, o dirigente revelou o próximo passo. "Mas a SAD tomou a iniciativa de entregar o relatório final da auditoria forense quer aos órgãos sociais do Benfica quer ao Ministério Público", frisou.
Sílvio Cervan frisou que "a redacção do relatório final, embora embrionária, está determinada" e que "vai ser cumprido o prazo pedido pelo presidente do Benfica." Assim, apontou a datas. "Na próxima semana teremos os relatórios finais", garantiu.
De resto, o dirigente enumerou aquilo que foi analisado. "Para se ter a noção da dimensão do que estava, foram analisados 611 contratos, 2.349 recibos de vencimentos, 5.526 registos contabilísticos, 260 conclusões parcelares, 119 comissões e foram pedidas 735 estatísticas e 5.174 evidências. Isto é para se perceber a dimensão da conclusão que aí vem", sustentou.
Ainda assim, Cervan deixou um reparo. "Houve um conjunto muito grande de mecanismos que podem e devem ser melhorados", lembrou.
Vários sócios que pediram para falar deixaram críticas a elementos que estiveram ligados à Direção de Luís Filipe Vieira. Já o presidente da Mesa da Assembleia Geral, Fernando Seara, foi contestado devido a atas que não terão sido assinadas.
Os sócios do Benfica aprovaram o relatório de gestão e as contas do exercício de 2022/23 das águias, com 82,27% dos votos a favor. Por outro lado, 10,08% reprovaram as contas, tendo havido uma abstenção de 7,65% num universo de 474 votantes.
Um sócio do Benfica abordou a forma como as águias geriram o episódio com Vlachodimos. Este associado afirmou que o guarda-redes não tinha espaço no Benfica, mas não gostou da forma como Roger Schmidt lidou com o caso. Além disso, o sócio acredita que a palavra final deve ser do presidente e lembrou Jorge Jesus.
"Um guarda-nervoso, mau a sair dos postes, no jogo aéreo, com os pés e que em cinco épocas defendeu um penálti e que ainda por cima faz birras não tem lugar no Benfica. Mas seria necessária esta novela entre jogador e treinador? Se o objetivo era vender o jogador, a novela só serviu para desvalorizar. É diferente vender um titular e um da lista de dispensas. Um treinador deve ter autonomia para gerir o plantel, mas quem tem a palavra final é o presidente da Direcção. Longe vão os tempos em que tínhamos um treinador que se achava dono do clube. Não queremos um Jorge nem um Roger a mandar, queremos o Rui a liderar", vincou.
Um sócio criticou o comportamento das claques e ouviu insultos. "Quais são os encargos acumulados relativos a castigos por ações de grupos de adeptos, também ditas claques? Podia recordar o sucedido na deslocação a San Siro, mas só quem não assiste aos jogos na catedral da Luz é que não se apercebe do que falo: petardos, tochas", disse, antes de ser interrompido com vários insultos.
Perante este contexto, o presidente da Mesa da Assembleia Geral interrompeu, apelando para que os adeptos deixassem terminar o sócio que estava a discursar.
Um dos sócios pediu a palavra para revelar que se sente vítima de "fraude" depois de comprar camisolas dos jogadores, que supostamente teriam sido utilizadas pelos mesmos, através da parceria do Benfica com a empresa 'MatchWornShirt'. O associado benfiquista pediu para que fossem apuradas responsabilidades, considerando o que se passou "uma vergonha" para o clube.
"Gostava de saber qual o vice-presidente que tem o pelouro das parcerias em relação ao merchandising. O Benfica começou uma parceira com o site 'MatchWornShirt', que disponibiliza as supostas camisolas usadas pelos atletas em leilão. Isto parece simples, mas infelizmente o que se está a passar é uma vergonha. Estão a ser vendidas camisolas a valores brutais que nunca estiveram perto do relvado. Vou entregar ao presidente as provas de que estas camisolas são uma fraude e que põem em risco a reputação do clube. Espero que o vice com este pelouro resolva este assunto", disse, antes de dar exemplos.
"Dou dois exemplos. David Neres deu a sua camisola a um dos adeptos no fim do jogo com o E. Amadora e a mesma camisola supostamente usada nesses 25 minutos foi vendida a um adepto ou sócio por 1.167 euros. Outro sócio, um totó certamente, comprou duas camisolas desse jogo e o modelo que enviaram era errado. Não só não esteve no jogo como enviaram o modelo sem os 120 anos nas costas. Esse totó pagou quase 600 euros pelas duas camisolas. O totó fui eu. Deixo aqui as provas. Resolvam com a devolução do dinheiro. Podia ter ido para as redes, isto é uma vergonha. Deixo o repto para que tratem disto", frisou.
Rui Costa garantiu que, durante a Assembleia-Geral, o vice-presidente Sílvio Cervan fará um ponto da situação sobre a auditoria forense. Tal acontecerá após a apresentação das contas e a votação das mesmas. O dirigente também fez um apelo aos sócios para as próximas horas. "Estaremos disponíveis para esclarecer todas as vossas questões, como sempre num ambiente à Benfica, com a exigência, o respeito e a elevação que a nossa História justifica", disse.
Rui Costa revelou que o Benfica ganhou quase 40 mil novos sócios no último ano.
"Nenhuma destas conquistas, que tanto nos orgulham, teria sido possível sem a paixão e a dedicação dos nossos sócios e adeptos. Têm sido incansáveis e são sempre a alma do nosso clube. Crescemos quase 40 mil o número de novos associados. Batemos sucessivos recordes de assistência na nossa renovada casa, tendo registado as 16 maiores assistências da Liga. Também os pavilhões voltaram a encher no apoio às nossas equipas. Estabelecemos novos máximos de visitantes no estádio e museu. Nunca a dinâmica foi tão forte em matéria de quotização e merchandising, onde alcançámos novos patamares de referência. Tudo isto se deve aos benfiquistas, tudo isto se deve a todos nós, a esta incomparável força que é o benfiquismo. O que só aumenta a nossa responsabilidade para o futuro", descreveu.
Apesar dos êxitos, Rui Costa aponta ao futuro e quer mais conquistas. O dirigente não quer ver o clube a adormecer à sombra de sucessos passados. "Como transmito a todas as nossas equipas, no Benfica não há créditos. Queremos mais. Ganhar não nos dá descanso. Pelo contrário, aumenta a nossa responsabilidade. No Benfica a ambição tem que ser sempre máxima e os títulos conquistados são um passado que nos envaidece, sim, mas que, igualmente, nos responsabiliza e nos motiva para novas glórias", frisou.
A Assembleia-Geral do Benfica arrancou com o discurso de Rui Costa, que começou por lembrar que as águias conciliaram o êxito desportivo ao financeiro.
"Apresento-me perante vós, orgulhoso do desempenho desportivo da última época, orgulhoso da mobilização e apoio dos sócios ao longo do último ano, orgulhoso do equilíbrio financeiro alcançado na temporada hoje em análise. Sucesso desportivo e solidez económica foi sempre o nosso pressuposto. E cumprimos! Nas seis modalidades mais mediáticas, o futebol e as cinco de pavilhão, ganhámos 8 de 12 campeonatos possíveis e conquistámos cerca de 60% dos troféus disputados. Mais títulos do que todos os outros clubes juntos", afirmou o dirigente.
"Vencemos títulos noutras modalidades e tivemos atletas, no âmbito do Benfica Olímpico, com performances notáveis, como na canoagem, no atletismo e na natação. Já esta temporada começámos a época com a conquista de seis supertaças e dois troféus oficiais. Ganhámos tudo desde que a nova época começou", referiu.
Já começou a Assembleia Geral do Benfica, com um minuto de silêncio em memória de José Alberto Coelho da Costa.
A Assembleia Geral do Benfica arranca às 20h30, no Pavilhão nº1 da Luz e poderá acompanhar por aqui todas as incidências do evento.
Este é o ponto único da AG: Apreciar e votar o relatório de gestão e as contas do exercício de 2022/2023, bem como o relatório e parecer do Conselho Fiscal.
Como é habitual, é esperada a intervenção do presidente Rui Costa e de vários sócios.
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