O Benfica comunicou esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) voluntária e parcial com o intuito de conceder um reforço de poder ao clube na estrutura acionista da SAD. O objetivo é saltar dos atuais cerca de 63 por cento para os 91% da sociedade anónima, ressarcindo muitos dos investidores que estiveram na génese do aumento de capital da sociedade, em 2001. Ao todo, são cerca de 24 mil investidores que os encarnados também querem ver premiados e que ajudaram a catapultar o clube num período difícil, como foram os casos de Vítor Santos ou José Guilherme.

Ao todo, nesta operação financeira intermediada pelo Haitong Bank, o clube predispõe-se a desembolsar um total de 32,277 milhões de euros pela totalidade dos mais de 6 milhões de ações (6.455.434) a comprar, sendo que o valor oferecido por cada uma será de 5 euros. Este é um valor semelhante ao desembolsado pelos acionistas em 2001 - mil escudos na altura - e superior aos 2,76 euros que vale cada ação atualmente na Bolsa de Lisboa.

Impedidos de capitalizar a oferta em causa estão os membros dos órgãos sociais, sendo o presidente Luís Filipe Vieira o mais representativo dos mesmos, tendo em sua posse 3,28 por cento das ações da SAD. Figuras como Nuno Gaioso, Fernando Tavares ou Domingos Almeida Lima também integram os corpos sociais e, por isso, estão proibidos de aceitar a oferta em causa.

Recorde-se que este é mais um passo para “devolver o Benfica aos benfiquistas”, como antecipou Vieira a 9 de março último, e que já teve como primeira medida mais substancial a passagem do Estádio da Luz e da BTV para a alçada do clube. O negócio orçado em 99,25 milhões de euros e que se prevê ser pago em 25 anos foi aprovado por unanimidade.

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