O eventual regresso de Rafa ao Benfica no mercado de janeiro afigura-se como um sonho muito difícil de se concretizar, uma vez que depende de imensas variáveis. É certo que o avançado, de 32 anos, agrada muito à estrutura dos encarnados - com o presidente Rui Costa à cabeça - mas há uma série de fatores a ponderar. A começar logo pela vontade do próprio jogador, que é de convicções fortes como já demonstrou ao longo da carreira. Daí que se decidir mesmo sair do Besiktas e terminar a carreira será quase impossível demovê-lo, como sucedeu aquando do adeus à Seleção Nacional, em setembro de 2022, e na própria saída da Luz, em 2024, após 8 temporadas de águia ao peito.

Na altura, Rui Costa fez de tudo para manter Rafa, indo até ao limite do clube em termos financeiros para renovar. "O nosso máximo para o convencer não foi suficiente, temos de respeitar e agradecer", afirmou na altura o presidente dos encarnados. O avançado rumou ao Besiktas com um prémio de assinatura de 8 milhões de euros, tendo assinado um contrato válido por três temporadas com um salário de 6 M€ por época. Ou seja, com ano e meio por cumprir, estamos a falar de 9 M€ que o jogador deixaria de ganhar caso rescindisse com os turcos.

Segundo informações veiculadas na Turquia, Rafa entrou em choque com o técnico Sergen Yalcin, tendo mesmo informado o presidente, Serdar Adali, que não voltaria a jogar pelo clube sob as ordens do treinador. Apesar do modesto 6º lugar no campeonato, Rafa é o melhor marcador da equipa na prova com 5 golos (e uma assistência) e tem mostrado qualidade. Sem jogar desde 2 de novembro, na derrota (2-3) com o Besiktas, Rafa falhou a deslocação ao reduto do Antalyaspor (dia 8) e não treinou com o plantel nesta quinta-feira. O próximo compromisso do Besiktas está marcado para dia 23, com o Samsunspor, sendo a presença do português uma incógnita.

Caso Rafa venha mesmo a deixar o Besiktas e equacione prosseguir a carreira noutras paragens, então o Benfica poderá equacionar um eventual regresso para dar a José Mourinho um jogador capaz de ter impacto imediato na equipa. Contudo, há que perceber, antes de mais, se o jogador estaria disponível para regressar a uma casa de onde quis sair há ano e meio por estar saturado das críticas dos adeptos. Depois, há que perceber os contornos financeiros da operação uma vez que o Besiktas não deverá aceitar abrir mão de um ativo sem contrapartidas.