Martim Mayer apresentou-se a eleições e era, para a maioria dos sócios do Benfica, um nome desconhecido, mesmo tendo integrado a lista de Rui Rangel nas eleições de 2012. O grande 'trunfo' que lhe é reconhecido é o facto de ser neto de Borges Coutinho, um dos históricos presidentes do clube da Luz, que dirigiu os encarnados de 1969 a 1977. E isso também ajuda a explicar o apoio de António Simões, uma das maiores figuras do Benfica.
Empresário, de 51 anos, diz estar há 13 anos a trabalhar para ser presidente dos encarnados e tem agora vindo a apresentar o programa com que pretende convencer os sócios a darem-lhe uma oportunidade. Tem apostado muito na figura do diretor-geral e manifesta alguma preocupação com as contas da SAD.
As listas terão de ser entregues, no máximo, até dia 10, mas os nomes que compõem a equipa de Mayer têm vindo a ser conhecidos paulatinamente.
DIREÇÃO:
Presidente: Martim Mayer
Vice-presidente (modalidades): Tiago Bianchi
Vice-presidente (finanças): João Frederico Franco
Vice-presidente (comunicação, marketing e internacionalização): José Bartolomé Duarte
Vice-presidente (relações internacionais): Catarina Valente Rodrigues
Vice-presidente (jurídico): Miguel Olazabal de Almeida
Vice-presidente (património): José Rui Meneses e Castro
MAG:
Presidente: Pedro Malaquias
CONSELHO FISCAL:
Presidente: Carlos Moura
Sob o mote "Benfica no sangue", João Diogo Manteigas apresenta um programa como seis eixos programáticos: Futebol, Modalidades, Património e Bilhética, Associativismo, Área Financeira e Área Institucional.
Futebol:
- Revisão urgente do modelo de jogo
- Criação de nova estrutura para definir e planear modelo tático e plantel
- Planeamento de plantel com perfil definido para cada posição
- Plantéis mais equilibrados, potenciado os ativos e controlando os valores gastos
- Investimento sério nas infraestruturas, para potenciar rendimento e património
- Controlo rigoroso dos fluxos financeiros, com planeamento de médio e longo prazo
- Criação do cargo de Diretor-Geral que pensará e coordenará toda a estrutura do futebol, alguém com perfil internacional e profundo conhecimento do jogo,
- Retenção de talento
Modalidades:
- Apresentação de orçamentos claros e discriminados por modalidade. Reformar a estrutura de custos imputados às modalidades com especial foco na área de FSE
- Criação de núcleos/centros de competência noutras regiões do país onde é reconhecido um maior desenvolvimento de modalidades específicas.
- Novos contratos deverão focar numa base salarial mais baixa e com forte incremento de prémios por conquistas
- Formação deve ser uma base relevante das equipas das principais modalidades do clube.
Património e bilhética:
- Projeto de Expansão do Estádio da Luz (a apresentar até final da campanha eleitoral), com aumento para 83 mil lugares e um custo de 75 milhões de euros
- Criação de uma direção de bilhética que garanta que o processo de venda de bilhetes é claro e transparente, com comunicação do número de bilhetes disponibilizados. Alteração aos critérios de atribuição de bilhetes nomeadamente critério geográfico e de proximidade para jogos fora, antiguidade de número de sócio, rotatividade, entre outros;
Associativismo:
- Programa 'Honrar a nossa história', uma iniciativa que visa promover eventos regulares nas Casas e Filiais do clube com a presença de antigos atletas;
- Criação de novas formas de filiação que possam potenciar o aumento do número de sócios do clube através dos sócios das casas e filiais;
- Conselho Consultivo do sócio, que tem como objetivo gerar uma maior proximidade do universo de associados junto da Direção e promover a geração de ideias;
- Casa do Jogador: projeto a desenvolver no âmbito da Fundação Benfica para criação de espaço de acolhimento de antigos atletas com mais de 65 anos que necessitem de apoio do clube.
Área Financeira:
- Estabelecimento de tetos claros de despesa, dar prioridade a investimentos estruturais, redução de custos com renegociação de contratos de FSE, assegurar manutenção do capital maioritário da SAD;
- Novas formas de receitas, com especial foco na internacionalização da marca;
- Abertura de escritórios em França, Suíça, EUA e Canadá e criação de base de dados de adeptos nestes mercados em conjunto com as Casas do Benfica locais;
- Criação de um cartão nacional de sócio em Angola e Moçambique;
Área Institucional:
- Gabinete de relações institucionais;
- Centralização dos direitos de TV: garantir a manutenção ou aumento da receita atual do clube e contribuir decisivamente para acordo com parceiro internacional que viabilize projeto de centralização;
- Comunicação: maior proximidade de sócios e adeptos; maior abertura aos sócios e meios de comunicação social; Ativa e não reativa na defesa da opinião pública sobre os assuntos do dia; Transparente; BTV como meio plural e não ao serviço da direção do clube.
Na página de apresentação, Martim Mayer descreve-se da seguinte forma: "Enquanto estudava no ano 0 da Universidade Católica Portuguesa em Lisboa, decidi procurar um trabalho em part-time nos mercados financeiros, e nos dias de loucura da Bolsa de Lisboa, anteriores ao famoso “gato por lebre” de Cavaco Silva, trabalhei no Floor da Bolsa de Lisboa num Corretor de Ações. Eram dias entusiasmantes com enorme dinâmica, mas simultaneamente bastante duros para um “miúdo” de 17 anos que tinha de enfrentar situações de negociação com homens feitos, irrascíveis e de apurado sentido de negócio. Esta foi a minha primeira “escola de vida”. Posteriormente à Bolsa acalmar, encontrei nova atividade nos mercados financeiros, desta vez nos mercados de Forex, primeiro como Broker e depois como Trader. A convergência do escudo para o Euro foi também tempo de boas oportunidades profissionais nesta área, tendo passado por diversos."