João Pedro Sousa: o arranque positivo, o tempo útil de jogo e a liderança do Boavista
Técnico abordou vários temas na antevisão ao jogo com o Arouca

A conferência de imprensa era de antevisão ao Arouca, mas João Pedro Sousa não se escusou a responder a nada e, por conseguinte, abordou vários temas da atualidade, que vão do arranque positivo do Famalicão ao tempo útil de jogo, passando também pela liderança surpreendente do Boavista.
Arouca: "Uma equipa dura e vai ser um jogo duro. Equipa muito organizada, independentemente dos resultados recentes, temos a consciência de que vai ser muito complicado. Equipa que se preparou muito bem, perdeu alguns jogadores influentes da época passada, tem impacto, mas reforçou-se com jogadores de qualidade. Diferentes da época passada, com qualidade técnica e esperamos um jogo exigente e competitivo. Mas o foco está virado para dentro porque continuamos a ter que evoluir o nosso jogo, percebemos que começámos com resultados positivos, com exibições positivas em alguns, outros em que podemos fazer melhor. Temos de melhorar o trabalho para sermos equipa competente e ganharmos jogos."
Golos marcados e sofridos: "A amostra ainda é muito reduzida e estamos condicionados ao calendário. Nestes jogos que tivemos jogámos com Braga e Sporting fora. Isso condiciona muito os números. Começando pelo aspeto defensivo, claramente estamos melhores. Já abordei este assunto. Muito porque todo o sector defensivo e também dois jogadores muito importantes do sector intermédio - Zaydou e Gustavo Assunção - e o guarda-redes transitam. Destes só o Martin não foi regularmente titular. Naturalmente as últimas defensivas têm trabalho mais consolidado e mesmo em zonas mais adiantadas tambem temos jogadores que vêm da época passada e que percebem o que pretendemos em termos defensivos. A equipa evoluiu e deixe-me acrescentar um facto que não deixa de ser importante, por um lado, preocupante, por outro: todos os golos que sofremos foram de bola parada. Tivemos cinco jogos em que nenhuma equipa conseguiu marcar de bola corrida. Em termos ofensivos a ideia continua muito presente, não alterámos muitas coisas. Poderemos alterar eventualmente tendo em conta as característica dos jogadores que entraram e poderemos ter que adaptar tendo em conta o perfil do jogador e do modelo. Não me parece preocupante porque estamos a falar do golo, mas não da capacidade que a equipa tem tido ofensivamente. Por aí, estamos bem tendo em conta o timing da época, as semanas trabalho que temos tido. Existe capacidade ofensiva, existe capacidade de chegar a zonas de finalização, mas com amostra maior veremos se de facto se é uma tendência."
Arranque: "Foi difícil. No futebol nunca conseguimos perceber se de outra forma teríamos mais ou menos pontos. Tivemos jogos, como o de Braga, que o objetivo é sempre abordar os jogos para vencer, mas percebemos que atravessávamos um momento difícil e jogávamos com um adversário complicado. As probabilidades eram reduzidas e ganhámos em Braga, mas depois tivemos problemas, jogos em casa, em que os problemas são diferentes e tivemos dificuldades e não conseguimos vencer o jogo com o Moreirense. Se estou satisfeito? Estou, mas não de uma forma resultadista. Não pelos resultados, claro que isso é importante e ajuda no trabalho, mas pela recuperação de jogadores como o Puma e o Theo, que vêm de lesões longas, como a integração de jogadores que chegaram e não tiveram pré-época, começando a atingir níveis físicos e táticos à altura. Isso levar-nos-á a outros patamares e por aí estou satisfeito."
Puma: "Deixe-me brincar com o Puma. Ainda não lhe disse. O grande responsável, e isto é a brincar, por não chegarmos ao quinto lugar foi ele no dia em que se lesionou. O Puma traz-nos coisas diferenciadas, porque é um jogador diferenciado. Se o Puma não tiver o azar que teve na época passada pode ser um jogador extremamente importante na Liga. É acima da média e pode estar num clube de outra dimensão. Basta um ano sem o azar da lesão. Se isso acontecer, acredito que não ficará mais um ano no Famalicão. É um grande jogador pelo trabalho que coloca no campo. O mau feitio que é bom e que gosto muito. Se continuar neste registo, vai ser um jogador importante."
Treinador com mais jogos no Famalicão: "Não posso esconder que é motivo de grande orgulho alcançar este número num clube tão importante, um clube que me diz tanto pelo passado que tive aqui não desde 2019, mas até antes, 2011. E orgulho também por perceber o crescimento do clube e a vontade do clube em continuar a crescer e atingir níveis competitivos superiores. Isto só acontece por muita ajuda dos jogadores que por aqui passaram enquanto aqui trabalhei e com as pessoas que trabalham comigo diretamente, equipa técnica e staff. É um registo de todos. É sinal de que as coisas correram bem. Houve momentos difíceis, mas de uma forma geral e fazendo um balanço correram agora. A ideia é continuar a correr bem."
Tempo util: "A questão é mesmo essa. Importante é a percentagem de tempo útil aumentar. Encontrar essa solução, sendo dar minutos a mais, não sou contra. Sou contra se for sem razão. Se se perde 10, dá-se 10. Se se dá por dar, acho errado. O caminho é perceber como aumentar o tempo útil. As pessoas gostam do jogo e não das paragens. Toda a gente faz anti-jogo. Há sempre momentos em determinados jogos que as equipas usam. Eu sempre disse que na minha opinião temos melhores árbitros do que na Premier League. Apitamos pior. Como é que vamos apitar um jogo de futebol, até onde permitimos a carga, a perda de tempo, as discussões nos bancos, tudo isso. Se queremos chegar a um determinado aspeto do jogo como existe em Inglaterra temos de perceber por que razão acontece. Os jogadores são os menos responsáveis, se lhes permitem fazer determinadas coisas, eles fazem porque é para benefício próprio da equipa e os treinadores a mesma coisa. Temos de olhar como vamos aumentar a percentagem do tempo útil sem ser dar 10 ou 15 minutos, porque o jogo decorre para números até para jogadores de forma considerável. É preferível termos 90 minutos com alta intensidade e bola a rolar. Basta ver os jogos da Liga dos Campeões. Vê-se jogos noutras provas até com equipas do nosso campeonato e é diferente. Na minha opinião, para não deixar dúvidas, temos melhores árbitros do que em Inglaterra, mas apitam pior."
Boavista líder com salários em atraso: "Não há nenhuma atividade que possa ser à parte, toda a gente tem de ser remunerada a tempo e horas. Conheço bem a forma de pensar daquele clube, trabalhei lá e tive essa felicidade. Conheço grande parte dos jogadores e sei do caráter e da qualidade humana. O clube atravessa dificuldades grandes por questões de décadas, conheço o presidente e a qualidade que tem. Poderá condicionar, mas dentro do campo esta classe operária de jogadores de futebol vai buscar forças onde muitos não conseguem. Há o reverso da medalha às vezes, porque algumas equipas caem a pique nessas circunstâncias, mas tem a ver com a capacidade emotiva. Depois é o acumular. Se é acumular de vitórias, torna-se complicado reverter. As equipas ficam muito motivadas por objetivos que começam a atingir rapidamente. O Boavista está a ganhar e a jogar muito bem. Não me surpreende. Campeonato competitivo, campeonato difícil, já percebemos pelos jogos que os 4 grandes estão a fazer que todos têm tido problemas. Percebemos que o campeonato vai ser extremamente complicado para todos sem exceção."
Por Pedro Morais
Arouca: "Uma equipa dura e vai ser um jogo duro. Equipa muito organizada, independentemente dos resultados recentes, temos a consciência de que vai ser muito complicado. Equipa que se preparou muito bem, perdeu alguns jogadores influentes da época passada, tem impacto, mas reforçou-se com jogadores de qualidade. Diferentes da época passada, com qualidade técnica e esperamos um jogo exigente e competitivo. Mas o foco está virado para dentro porque continuamos a ter que evoluir o nosso jogo, percebemos que começámos com resultados positivos, com exibições positivas em alguns, outros em que podemos fazer melhor. Temos de melhorar o trabalho para sermos equipa competente e ganharmos jogos."
Arranque: "Foi difícil. No futebol nunca conseguimos perceber se de outra forma teríamos mais ou menos pontos. Tivemos jogos, como o de Braga, que o objetivo é sempre abordar os jogos para vencer, mas percebemos que atravessávamos um momento difícil e jogávamos com um adversário complicado. As probabilidades eram reduzidas e ganhámos em Braga, mas depois tivemos problemas, jogos em casa, em que os problemas são diferentes e tivemos dificuldades e não conseguimos vencer o jogo com o Moreirense. Se estou satisfeito? Estou, mas não de uma forma resultadista. Não pelos resultados, claro que isso é importante e ajuda no trabalho, mas pela recuperação de jogadores como o Puma e o Theo, que vêm de lesões longas, como a integração de jogadores que chegaram e não tiveram pré-época, começando a atingir níveis físicos e táticos à altura. Isso levar-nos-á a outros patamares e por aí estou satisfeito."
Puma: "Deixe-me brincar com o Puma. Ainda não lhe disse. O grande responsável, e isto é a brincar, por não chegarmos ao quinto lugar foi ele no dia em que se lesionou. O Puma traz-nos coisas diferenciadas, porque é um jogador diferenciado. Se o Puma não tiver o azar que teve na época passada pode ser um jogador extremamente importante na Liga. É acima da média e pode estar num clube de outra dimensão. Basta um ano sem o azar da lesão. Se isso acontecer, acredito que não ficará mais um ano no Famalicão. É um grande jogador pelo trabalho que coloca no campo. O mau feitio que é bom e que gosto muito. Se continuar neste registo, vai ser um jogador importante."
Treinador com mais jogos no Famalicão: "Não posso esconder que é motivo de grande orgulho alcançar este número num clube tão importante, um clube que me diz tanto pelo passado que tive aqui não desde 2019, mas até antes, 2011. E orgulho também por perceber o crescimento do clube e a vontade do clube em continuar a crescer e atingir níveis competitivos superiores. Isto só acontece por muita ajuda dos jogadores que por aqui passaram enquanto aqui trabalhei e com as pessoas que trabalham comigo diretamente, equipa técnica e staff. É um registo de todos. É sinal de que as coisas correram bem. Houve momentos difíceis, mas de uma forma geral e fazendo um balanço correram agora. A ideia é continuar a correr bem."
Tempo util: "A questão é mesmo essa. Importante é a percentagem de tempo útil aumentar. Encontrar essa solução, sendo dar minutos a mais, não sou contra. Sou contra se for sem razão. Se se perde 10, dá-se 10. Se se dá por dar, acho errado. O caminho é perceber como aumentar o tempo útil. As pessoas gostam do jogo e não das paragens. Toda a gente faz anti-jogo. Há sempre momentos em determinados jogos que as equipas usam. Eu sempre disse que na minha opinião temos melhores árbitros do que na Premier League. Apitamos pior. Como é que vamos apitar um jogo de futebol, até onde permitimos a carga, a perda de tempo, as discussões nos bancos, tudo isso. Se queremos chegar a um determinado aspeto do jogo como existe em Inglaterra temos de perceber por que razão acontece. Os jogadores são os menos responsáveis, se lhes permitem fazer determinadas coisas, eles fazem porque é para benefício próprio da equipa e os treinadores a mesma coisa. Temos de olhar como vamos aumentar a percentagem do tempo útil sem ser dar 10 ou 15 minutos, porque o jogo decorre para números até para jogadores de forma considerável. É preferível termos 90 minutos com alta intensidade e bola a rolar. Basta ver os jogos da Liga dos Campeões. Vê-se jogos noutras provas até com equipas do nosso campeonato e é diferente. Na minha opinião, para não deixar dúvidas, temos melhores árbitros do que em Inglaterra, mas apitam pior."
Boavista líder com salários em atraso: "Não há nenhuma atividade que possa ser à parte, toda a gente tem de ser remunerada a tempo e horas. Conheço bem a forma de pensar daquele clube, trabalhei lá e tive essa felicidade. Conheço grande parte dos jogadores e sei do caráter e da qualidade humana. O clube atravessa dificuldades grandes por questões de décadas, conheço o presidente e a qualidade que tem. Poderá condicionar, mas dentro do campo esta classe operária de jogadores de futebol vai buscar forças onde muitos não conseguem. Há o reverso da medalha às vezes, porque algumas equipas caem a pique nessas circunstâncias, mas tem a ver com a capacidade emotiva. Depois é o acumular. Se é acumular de vitórias, torna-se complicado reverter. As equipas ficam muito motivadas por objetivos que começam a atingir rapidamente. O Boavista está a ganhar e a jogar muito bem. Não me surpreende. Campeonato competitivo, campeonato difícil, já percebemos pelos jogos que os 4 grandes estão a fazer que todos têm tido problemas. Percebemos que o campeonato vai ser extremamente complicado para todos sem exceção."