A saída de Evanilson, a situação de Francisco Conceição e um "profissionalão" que teria sempre lugar no onze: o que disse Vítor Bruno

A saída de Evanilson, a situação de Francisco Conceição e um "profissionalão" que teria sempre lugar no onze: o que disse Vítor Bruno

Horas depois de ser conhecida a saída de Evanilson do FC Porto, Vítor Bruno fez a antevisão ao jogo dos dragões em casa do Santa Clara, partida agendada para amanhã, às 17 horas.

Análise ao Santa Clara: "É um adversário que vem de uma dinâmica interessante já desde o ano passado. Dúvidas houvesse disso, até porque no ano passado subiram com todo o mérito, fizeram questão de as dissipar com este início de época. Muito fortes, na pré-época contra adversários de 1ª Liga, agora com uma vitória contundente no Estoril depois de estarem a perder, mostram grande capacidade de virar resultados. Isso tem muito de autor do seu treinador, equipa adulta e madura, que sabe o que faz em campo. Vai exigir que nos equipemos com os valores Porto, com total espírito de missão e isso terá que ser obrigatório para sermos bem sucedidos no final."

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Saiu Fábio Cardoso, Evanilson a negociar saída. Que impacto na equipa? "Evanilson não vai seguir para os Açores, não está na convocatória. Claro que é sempre impactante perder um jogador tão influente a 24 horas do jogo, não podemos esquecer os números dele desde que chegou, 60 golos, 20 ou 30 assistências, muitos jogos por época mesmo condicionado com algumas lesões. Faz falta, mas fará mais falta quem neste momento está cá e terá de dar resposta. Fábio sim, perdemos o Fábio, está confirmado. Às vezes olhamos para aqueles que são titulares absolutos e parece até às vezes que fazem falta, mossa... Em relação ao Fábio, não sendo um indiscutível e tendo até perdido algum espaço no ano passado e este ano, é alguém que, permitam que abra o coração, é um profissionalão, é daqueles que dá gosto de trabalhar, caráter acima do que é normal encontrar num balneário, muito apaixonado, honesto, sério e comprometido com o trabalho. Dos profissionais com quem trabalhei, é daqueles que fará sempre parte do meu onze titular, sem dúvida alguma. Merece tudo de bom, é um campeão, nunca desiste, são esses os verdadeiros campeões, conseguem agarrar-se a tudo para pôr a cabeça de fora".

Entradas? "Teremos que ter um olhar para o mercado. É a realidade de hoje em dia. O presidente sabe das necessidades da equipa. Comunhão é total e a partilha é permanente, também sei da necessidade que o clube tem de fazer determinados encaixes financeiros. Tudo conjugado leva a estas manobras do mercado, é algo que não conseguimos controlar. Temos de estar atentos, ter alvos identificados, ter soluções dentro de casa e nós temos soluções aqui que podem dar respostas perante as ausências. É dessa forma que vamos atuar sempre."

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O que mudou no jogo do FC Porto: "Muitas vezes a capacidade das grandes equipas é adaptarem-se ao que o jogo pede, esse é o segredo de quem está num nível de maturidade grande. Se há jogos que nos pedem para chegarmos à baliza em dois toques, há outros em que o adversário pede para que cheguemos em 40, 50, 30 ou 20. Esse pode ser também o segredo de amanhã, saber em que condições o jogo vai aparecer, saber adequar e adaptar rapidamente aquilo que o jogo está a pedir. Vai ser preciso competir e só se competirmos de forma fiel aquilo que somos é que vamos conseguir um bom resultado. Isso é ponto de ordem, foi falado durante a semana. Cada minuto, cada segundo vai ter que ser no máximo, esse é o único caminho que temos para sair de lá com um bom resultado. Sabemos que nos Açores é sempre difícil, nos últimos quatro jogos ganhámos dois, empatámos um e perdemos outro. É uma equipa que no ano passado teve a melhor defesa da 2ª Liga, tem esta capacidade de em casa, desde o ano passado, ter sempre bons resultados. Não queremos sofrer com isso. Queremos estar muito metidos no jogo desde que o árbitro apitar, levar a jogo aquilo que é nosso, se não for com aquilo que é nosso, que seja com o que o jogo pedir."

A saída de Evanilson, a situação de Francisco Conceição e um "profissionalão" que teria sempre lugar no onze: o que disse Vítor Bruno

Francisco Conceição: "Se está a ser negociado ou não, sinceramente não sei. Eu aqui faço um bocadinho mea culpa, no final do último jogo disse que ele em dois ou três dias poderia estar apto a integrar os trabalhos, era essa a nossa previsão. A verdade é que na terça-feira ele teve que fazer uma manobra um bocadinho mais invasiva para perceber se conseguimos debelar o problema que ele tem, que já é micro, pequeno, mas que ainda o incomoda de certa maneira. E isto não é tanga, não é tabu, não estou aqui a enganar ninguém, é exatamente assim. Esperamos que amanhã já possa integrar os trabalhos com os não convocados e eventualmente no sábado treinar connosco e depois integrar a semana seguinte normalmente. Se está a ser negociado, não lhe sei dizer."

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O que Namaso oferece à equipa: "O cunho vê-se de muitas maneiras diferentes, depende do rendimento da equipa. Hoje diz-se que se vê algum cunho, no dia em que correr menos bem o cunho já não é o mais adequado e não devia jogar o Danny, devia jogar outro... Isto faz parte daquilo que é o nosso dia-a-dia. O Danny tem feito por merecer, eu não lhe dei nada, foi ele que conquistou e tem conquistado, tem sido muito sério no trabalho. Não gosto de castrar jogadores, de tirar-lhes aquilo que tem de ser a sua mais alta expressão de criatividade e o Danny tem esse lado criativo. Sobre os avançados, olhamos muitas vezes para o lado mais criativo, do golo, da assistência, do drible, e eu olho para outras coisas que não apenas isso. E eles sabem. Os homens da frente muitas vezes têm de ser os primeiros a estarem altamente comprometidos com o momento em que a equipa não tem a bola e o Danny tem feito isso na perfeição, além do que acrescenta no momento com bola. É a realidade mais moderna do futebol, transversal a várias equipas, vimos ontem o segundo golo do Real Madrid e se percebermos o que está na génese do golo vemos a ação do Rodrygo, um internacional brasileiro, com a forma defensiva como ele atuou. Nos avançados hoje em dia pede-se esse trabalho, esse compromisso com a equipa. O Danny tem feito isso, não quer dizer que se ele amanhã jogar, eles sabem e eu digo-lhes no início de cada semana, que o onze da semana anterior não tem de ser o mesmo só porque ganhou, há aqui três ou quatro variáves que influenciam as minhas decisões finais: o jogo passado, a dimensão estratégica para o jogo seguinte, o rendimento diário, tudo isto casado faz depois entrar em ebulição o onze que vai entrar em jogo no fim de semana seguinte. Pode ser o Danny, pode ser outro."

A saída de Evanilson, a situação de Francisco Conceição e um "profissionalão" que teria sempre lugar no onze: o que disse Vítor Bruno

Toni Martínez: "São todos soluções internas. O que me agrada mais é no primeiro treino da semana perceber a forma como eles atacam o treino. É normal que haja alguma desilusão quando as decisões começam a ser tomadas. Mas depois a forma como me respondem em treino é revelador do caráter de cada um deles. O Toni, mesmo desiludido e que é normal, o sinal que me deu no primeiro treino da semana foi um sinal brutal e a dar-me a entender com quem posso contar. Vi num jornal que o Marko [Grujic] tinha perdido o comboio, uma notícia completamente desprovida de fundamento, depois associarem a questão do Marko ao erro que cometeu com o Sporting. Aqui ninguém crucifica ninguém por erros, está completamente fora de hipótese. Estigmatizar alguém por causa de um erro seria quase desumanizar uma pessoa, o erro faz parte da condição humana. Olho sobretudo para a forma como reagem perante o erro. Da mesma forma que falo do Marko falo do Toni, não tem sido utilizado mas está à porta de poder jogar e de ser decisivo."

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Horário e condições climatéricas nos Açores: "A única forma disso entrar na preparação era pedir para estarem também 30 graus aqui no Porto. Isso não conseguimos controlar, é impossível. Independentemente das condições temos que ir a jogo e adaptarmo-nos ao que houver, se é com sul, chuva, vento... No ano passado tivemos um jogo com condições miseráveis nos quartos-de-final da Taça de Portugal e aí sim, os intervenientes têm de garantir a integridade física dos elementos que estão em campo. Enquanto o jogo puder andar, lá estaremos para dar corpo."

Quantos reforços quer ter: "Em termos numéricos o presidente sabe qual a minha expectativa, falei com ele desde o primeiro dia que cheguei. Não gosto de ter plantéis demasiado alongados, até porque entendo que tem que haver comunhão com a equipa B e essa relação tem sido total. Quanto a reforços, vamos ver. Às vezes olhamos muito para fora, com risco inerente à volatilidade do mercado, e às vezes a solução está cá dentro. Temos alguns alvos identificados, depois tem a ver com a capacidade do clube, engenharia financeira... Nesta partilha absoluta que tem havido sempre entre administração, equipa técnica, treinador. Discutimos muito, partilhamos muito, e a partir daí atacamos o mercado com aquilo que ele nos for oferecendo."

Por José Miguel Machado
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