O FC Porto encerrou com sucesso a negociação de última hora encetada com o BMG com o objetivo de aumentar o encaixe pela venda de Otávio. O banco brasileiro, que detinha 32,5% do passe, aceitou baixar a sua participação para 25% do bolo de 60M€ que será pago pelo Al Nassr para garantir o concurso do médio.
Esse movimento permitiu aos dragões, desde logo, elevar em 4,5M€ uma receita bruta prevista de 40,5M€, e que ascende agora aos 45M€.
Em paralelo, o agente de Otávio, Israel Oliveira, que conduziu os contactos com o clube de Cristiano Ronaldo, também aceitou reduzir a habitual comissão de intermediação, cifrada nos 10%, para metade. O que permitirá uma poupança relevante nos encargos associados à operação.
O FC Porto está ainda a encerrar algumas das questões financeiras associadas à transferência. Um dos pontos em cima da mesa é o acesso imediato à verba que lhe toca pela saída de Otávio através de um mecanismo financeiro, o que acontecerá de qualquer forma, mas cujos custos poderão ser imputados ao Al Nassr, algo que ainda se encontra em fase de conclusão no âmbito técnico.
Trata-se de uma pretensão do FC Porto que aponta para uma situação similar à que sucedeu com a venda de Ugarte ao PSG, por parte do Sporting, com os franceses a optarem pelo pagamento faseado por questões de fair play financeiro, em cinco anos e começando apenas em 2024, mas custeando a disponibilização imediata da verba ao emblema leonino.
Ao que Record apurou e foi dando conta com diversas notícias exclusivas ao longo dos últimos dias, o processo de saída de Otávio tornou-se irreversível a partir do momento em que o Al Nassr se dispôs a pagar 60M€, mas oferecendo ao jogador um contrato que, em três anos, através de valores crescentes, lhe assegura 48M€ em salários, mais prémios que poderá vir a auferir.
Face a esses montantes, e à pressão a que estava sujeito a vários níveis, a cabeça do jogador deixou de estar no FC Porto. Tendo em conta que completa 29 anos no decorrer da temporada, esta poderia ser a última oportunidade de fazer um grande contrato. Um fator decisivo na balança por muito que fosse desejo de Pinto da Costa, tal como de Sérgio Conceição, que o melhor jogador da Liga portuguesa na época passada continuasse na Invicta.
Sendo o elemento mais bem pago do plantel, a venda de Otávio permite ainda à SAD libertar cerca de 12M€ em vencimentos brutos durante o tempo de contrato que o jogador ainda tinha com os azuis e brancos, até 2025, o que dará margem para algum reinvestimento na folha salarial.