Villas-Boas reage ao lucro recorde do FC Porto: «Novo ciclo pretende ser claramente mais positivo e vitorioso»

André Villas-Boas prepara reforços para o FC Porto
• Foto: Lusa

O FC Porto apresentou, na manhã desta quarta-feira, as contas relativas ao exercício de 2024/25, onde revelou ter tido .

Em comunicado, o presidente portista, André Villas-Boas, salientou o período "vivido em circunstâncias particulares", sem participação na Liga dos Campeões, que, ainda assim, não hipotecou os objetivos que tinham sido traçados pela direção: redução significativa de custos, cumprir as regras da sustentabilidade financeira da UEFA e ainda reforçar o plantel da equipa principal na temporada 2025/26, que, como Villas-Boas refere, "iniciou a época com ambições renovadas".

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"O exercício de 2024/2025 deve ser entendido como o lançamento de um novo ciclo, que pretende ser claramente mais positivo e vitorioso. Foi um exercício vivido em circunstâncias particulares que, desportivamente, ficou aquém das expectativas e dos pergaminhos do FC Porto, ainda que com a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira, mas foi também um período de intensa reestruturação operacional e financeira, que se traduziu no crescimento das receitas comerciais — por via do aumento do número de Sócios, da venda de lugares anuais e da bilhética, fatores que permitiram atenuar o impacto da não participação na Liga dos Campeões", começou por referir, acrescentando: "Definimos e cumprimos objetivos de redução significativa de custos: em recursos humanos, incluindo os custos com o Conselho de Administração; em fornecimentos e serviços externos, incluindo despesas de representação; e em custos financeiros, na sequência do refinanciamento da dívida em condições mais favoráveis. Esta reestruturação, aliada aos muito expressivos resultados com transações de jogadores, permitiu que a FC Porto – Futebol, SAD apresentasse o resultado líquido mais elevado da sua história e cumprisse integralmente as regras de sustentabilidade financeira da UEFA no exercício de 2024/2025. Reduzimos de forma significativa o impacto do incumprimento apurado no exercício anterior e criámos condições para um investimento sustentável na equipa principal de futebol, que iniciou a época de 2025/2026 com ambições renovadas", pode ler-se.

O comunicado de André Villas-Boas no Relatório e Contas da SAD:

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"A FC Porto – Futebol, SAD publica este ano o seu primeiro Relatório Anual Integrado — um marco no percurso de 132 anos da sua casa-mãe, o FC Porto. É uma história feita de dedicação sem limites, conquistas, resiliência e visão de futuro, que nos trouxe até aqui com a mesma vontade de continuar a fazer mais e melhor. Este documento materializa o nosso compromisso com a transparência, a excelência e a sustentabilidade.

Vivemos um ciclo de crescente profissionalização da gestão, maior exigência regulatória, transformação digital e interações imediatas com uma miríade de partes interessadas (stakeholders). Não perderemos a proximidade com os nossos Sócios e simpatizantes.

A singularidade que nos caracteriza — e que é reconhecida por todos — reside na força da vivência coletiva dos valores imutáveis do Clube e na forma como têm sido lidos e interpretados ao longo do nosso percurso, o que nos permite adaptar-nos a novos contextos, mantendo-nos sempre unidos e coesos.

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Ao adotar melhores práticas de reporte, reforçamos essa forma de ser, alinhando-nos com as normas internacionais e com os principais benchmarks de empresas e organizações globais e dos maiores clubes desportivos. Expressamos, assim, o nosso pioneirismo — no contexto nacional e internacional — na forma como nos organizamos e comunicamos quem somos e o que fazemos. O FC Porto é, inequivocamente, um clube global, capaz de dialogar, competir e inspirar em qualquer palco.

Cumpre recordar que este investimento no reporte surge na sequência de um exercício vivido em circunstâncias particulares que, desportivamente, ficou aquém das expectativas e dos pergaminhos do FC Porto, ainda que com a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira. O exercício de 2024/2025 deve ser entendido como o lançamento de um novo ciclo, que pretende ser claramente mais positivo e vitorioso.

Foi um período de intensa reestruturação operacional e financeira, que se traduziu no crescimento das receitas comerciais — por via do aumento do número de Sócios, da venda de lugares anuais e da bilhética —, fatores que permitiram atenuar o impacto da não participação na Liga dos Campeões.

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Definimos e cumprimos objetivos de redução significativa de custos: (i) em recursos humanos — incluindo os custos com o Conselho de Administração —; (ii) em fornecimentos e serviços externos — incluindo despesas de representação —; e (iii) em custos financeiros, na sequência do refinanciamento da dívida em condições mais favoráveis. Esta reestruturação, aliada aos muito expressivos resultados com transações de jogadores, permitiu que a FC Porto – Futebol, SAD apresentasse o resultado líquido mais elevado da sua história e cumprisse integralmente as regras de sustentabilidade financeira da UEFA no exercício de 2024/2025. Reduzimos de forma significativa o impacto do incumprimento apurado no exercício anterior e criámos condições para um investimento sustentável na equipa principal de futebol, que iniciou a época de 2025/2026 com ambições renovadas.

A época de 2024/2025 ficará também profundamente marcada na nossa memória coletiva por perdas que nos colocaram à prova — com particular destaque para Jorge Nuno Pinto da Costa, o Presidente dos Presidentes, para Artur Jorge, o treinador que nos deu a primeira Taça dos Campeões, e, já depois do final da temporada, para os irmãos Diogo Jota e André Silva, dois jovens que tanto nos deram e que ainda tinham tanto para nos dar, e para Jorge Costa, um Capitão que encarnava o que é ser Portista e o que é viver em plenitude os valores do Clube —, perdas que nos inspiram e motivam a prosseguir as mudanças já iniciadas e a reforçar a energia estratégica que nos guia.

A mudança de governação e gestão, com novos rostos, trouxe maior diversidade; apostámos de forma inequívoca no futebol feminino; inovámos nos modelos de organização; abraçámos a transformação tecnológica e digital; e aprofundámos a relação com os nossos adeptos e comunidades, em Portugal e além-fronteiras.

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Mais do que cumprir obrigações normativas, a publicação deste Relatório resulta de uma opção clara: queremos liderar pelo exemplo, prestando contas de forma integrada sobre a nossa governação e gestão, e sobre o nosso desempenho desportivo, financeiro, social, ambiental e cultural. A solidez e o prestígio de uma organização como a nossa — detentora de uma marca reconhecida globalmente — dependem da capacidade de alinhar estratégia, ética, inovação, responsabilidade social e sustentabilidade. Deste equilíbrio resulta a criação de valor, que temos o dever de entregar às futuras gerações portistas.

Este é o tempo de assumir desafios estruturais: promover a igualdade e a inclusão; apostar no crescente bem-estar dos nossos Colaboradores; reforçar práticas ambientais responsáveis, avançando na eficiência energética e na redução da pegada ecológica; cultivar a excelência formativa e desportiva de forma mais proativa; valorizar o património; e afirmar, de forma mais efetiva, a marca FC Porto num mundo cada vez mais exigente, veloz e global. Tudo com objetivos, metas e indicadores que permitam medir, com rigor, o progresso alcançado.

O nosso objetivo é consolidar a posição no futebol nacional e europeu e retomar a participação regular na Liga dos Campeões, condição essencial para assegurar a sustentabilidade do Clube. A gestão rigorosa, aliada a uma política de investimento sustentado, permitirá crescer no plano desportivo e nas receitas, investindo de forma continuada na melhoria de processos e sistemas, e afirmando o FC Porto como um Clube Vencedor e uma organização eficiente e liderante.

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O envolvimento ativo e resiliente de Sócios, Colaboradores e Parceiros, que sempre responderam honrando os valores do FC Porto, permitirá ultrapassar um período aquém da nossa aspiração coletiva e alimentar, na época de 2025/2026, a fundada esperança de abertura de um novo ciclo que nos recolocará no patamar para o qual fomos talhados — com ambição, disciplina e transparência.

A cada Associado, Colaborador, Atleta, Parceiro, Patrocinador e a toda a família portista, deixo o meu sincero agradecimento. O progresso do FC Porto só é possível pelo empenho, paixão e resiliência de todos, em verdadeira união.

Este Relatório é o nosso compromisso de continuar a inovar, promover a ética, a sustentabilidade e o rigor, defender os interesses do FC Porto e honrar uma história ininterrupta de superação. Unidos, seguimos fortes — e com os olhos postos no futuro", pode ler-se.

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[artigo atualizado às 09:01 com o comunicado de André Villas-Boas]

Por Sérgio Magalhães
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