Já disse que o plantel é extenso e também já falou dos rumores de mercado. Fran Navarro está de saída. Colocando tudo isso na balança, sente que há necessidade de reforçar a equipa?

"Sinceramente, o maior reforço do plantel para o mercado de janeiro é manter a base que temos agora. Perceber que é cada vez mais sólida. Avançados dão-me garantias, qualquer um deles. Há outros jogadores que podem ocupar esse espaço também. Isso não me oferece grande problema, ter este tipo de conjuntura. Mas já disse e é verdade que o plantel é extenso. É um problema sobretudo em treino, porque pode criar algum ruído. Mas os grandes reforços são sempre o regresso do Francisco Moura, do Marcano... Esses são os grandes reforços do FC Porto".

E termina a conferência

FC Porto fez uma participação no Conselho de Arbitragem por causa do jogo com o Famalicão há uns tempos. Agora, Tiago Martins é nomeado para este jogo. Houve falta de bom senso?

"É um dossiê que não deve ocupar muito do meu tempo. Sei que na altura fiz essa menção porque senti que houve um erro, mas isso é a minha opinião. O que os árbitros querem é passar despercebidos em qualquer jogo. Tiago Martins é um árbitro de muita qualidade, e pontualmente todos podem errar. Mas parece-me que há critérios que não estão uniformizados. Isso é que me deve preocupar. Por haver lances iguais com decisões diferentes. Temos gente de qualidade quer na área do treino, os jogadores são bons, os treinadores são bons, os árbitros têm qualidade. Mas que errem a respeitar uma uniformização de critérios".

O campeonato mudou muito no último mês, FC Porto aproveitou deslizes dos rivais. Sente a equipa mais preparada e moralizada neste momento para lutar pelo título?

"Num processo de crescimento há sempre espaços para avanços e recuos. Queremos muito pouco recuar. Mas não podemos ignorar o facto de termos um plantel jovem, que tem muita gente a dar os primeiros passos no futebol profissional, a perceber a exigência do clube. A equipa tem sido sólida. Tudo isto leva o seu tempo. Sei que é tudo visto à semana, a cada semana é um momento de análise e avaliação, mas é a nossa vida. Sermos muito fiéis ao que estamos a construir e ter jogadores que estão metidos neste trabalho diário. Olho para eles e vejo uma vontade inesgotável de cumprir à risca o que lhes é pedido. Temos de perceber que há dois anos não somos campeões e temos de ser este ano".

Fábio Vieira voltará a ser opção? Como foi a semana dele de trabalho?

"O Fábio está apto, está convocado. Depois se começa, se não começa, é decisão estratégica. Acidentes acontecem a todos. Tocou-lhe a ele. É bom que perceba a mensagem, que pode não voltar a acontecer, as regras são iguais para todos. Quem tentar desviar-se da norma, poderá incorrer neste tipo de consequência".

Perante a hipótese de o jogo ser adiado, isto poderá afetar a equipa? A imprensa italiana avançou um possível interesse de Conceição em Eustáquio. Comentário?

"O mercado de janeiro vai ser sempre especulativo, vão aparecer interesses de vários lados. É sinal que os jogadores têm qualidade e se têm valorizado. Não me oferece nenhum tipo de comentário especial, vai ser um mês com muito ruído no ar. O nosso pensamento é o jogo de amanhã. Se será amanhã ou não, estamos preparados para todos os cenários. Para acontecer, ser adiado, ser retomado no próprio dia, no dia a seguir. O Nacional tem jogadores de grande talento individual, que depois têm uma excelente base defensiva. Capitalizam muito a condição de visitado. Temos de ser muito humildes e respeitadores. Sabemos que o perigo vai aparecer a cada curva. É uma equipa que nos merece todo o respeito".

Não poderá utilizar Nico. Alan Varela vai jogar? Como tem gerido a situação dele?

"Na impossibilidade de uns, aparece a oportunidade de outros. O futebol é mesmo assim. Temos três jogadores que podem ocupar esse espaço. André Franco, Vasco Sousa, Alan Varela... Não por esta ordem. O Nico, obviamente, tem uma capacidade ímpar de queimar linhas com bola, de apanhar o jogo de frente. Mas temos jogadores que oferecem outro tipo de argumentos. Não podemos ignorar o facto de o Varela ter estado quase 18 meses sem pausas, sem férias. Essa fatura paga-se em determinado momento. Sentimos que era uma fase em que não era o Varela que conhecíamos. Mas está outra vez a recuperar o grande traço dele, de alguém que encarna muito o espírito do FC Porto. É muito importante para nós e nunca deixará de ser um titular".

Ida de Sérgio Conceição para o Milan. Sente-se satisfeito por ver mais um treinador português ir para um grande clube? Consistência que o FC Porto tem mostrado...

"Percebo a primeira pergunta. Temos um avião para apanhar logo, mas é com destino à Madeira, não com destino a Itália. É isso que ocupa o nosso pensamento. Consistência é bom sinal. A equipa está a crescer, mas não nos podemos desviar do perfil do plantel, olhando às caraterísticas deles, do número de anos que têm de FC Porto. Olhar também para o onze com que terminámos a jornada anterior, é um exercício que deve ocupar a vossa análise. Perceber que há espaço para crescer. E esse crescimento está a ser sustentado".

Qual a sua opinião sobre o Nacional?

"Em primeiro lugar, desejar um ótimo ano a todos, repleto de saúde e felicidade. Que seja um ano em grande. Em relação ao jogo, é um adversário que cria sempre muitas dificuldades em casa. Nos últimos quatro jogos apenas perdeu com o Benfica, só sofreu golos com o Benfica. São sinais de alerta para nós. Sabemos que é um estádio com condições peculiares que podem 'empurrar' o jogo para outra data. Mas é chegar lá e ganhar".

Vítor Bruno fala aos jornalistas

Vítor Bruno, treinador do FC Porto, faz esta quinta-feira a antevisão, em conferência de imprensa, ao duelo com o Nacional, na Choupana, marcado para amanhã, pelas 18h00.