Silvestre Varela ficou algo desiludido pela forma como acabou a sua formação no Sporting. O antigo avançado colocou um ponto final na carreira há um par de semanas e agora contou tudo, incluindo a origem da alcunha 'Drogba da Caparica'.
"Fiz uma grande época nos juniores e criei muitas expectativas, pensei que podia fazer pelo menos a pré-época na equipa A. A equipa B, por azar, deixou de existir e o Sporting fez um protocolo com o Casa Pia e só dois jogadores dos juniores é que transitaram para lá, o resto foi embora. Eu e o José Semedo fomos para lá. Foi difícil, lembro-me que, nas férias, quando soube, fiquei um bocado sentido, achei que merecia mais, mas não baixei a cabeça e tentei sempre fazer as coisas da melhor maneira. Fui para a 2.ª Divisão B e encontrei um grupo fantástico que me ajudou a crescer imenso como futebolista e homem", recordou Varela, esta sexta-feira, em entrevista a Maniche, no programa 'Hora dos Craques, no Porto Canal.
Antes, já tinha contado a história da origem da alcunha que o acompanha até aos dias de hoje: "Foi o José Semedo, jogámos na formação do Sporting e, quando fomos para o Casa Pia, eu tinha o cabelo comprido e metia uma fita. Daí as semelhanças do Drogba, que na altura estava em grande, e começaram a chamar-me Drogba da Caparica."
A dada altura da carreira, em 2009/10, Varela saiu do Estrela da Amadora para o FC Porto e, agora, conta os motivos dessa opção: "Gosto de futebol, de ver boas equipas, de ver que uma equipa tem um espírito com o qual me identifico e foi uma das coisas em que pensei muito na altura. O FC Porto estava num bom momento, tinha uma estrutura sólida e uma equipa que não era vaidosa, era uma equipa de trabalho. Foi uma das coisas que me motivou."
Apesar de tudo, a admiração pelo FC Porto já era anterior a isso. "Eu era sportinguista e a minha família toda também. Eu acompanhava o campeonato e gostava imenso do FC Porto, gostava daquela raça e entrega. Isso mexia comigo. No 6.º ano [escolaridade], houve uma vez em que fui para a escola e colei um poster do FC Porto no meu caderno. Os meus colegas viram e começaram a chamar-me vira-casacas, a meter-me uma pressão que eu tive de tirar o poster do caderno. Mas está comprovado que tinha razão."
Por fim, falou sobre a forma como Pinto da Costa o convenceu a rumar ao Dragão: "O presidente falou comigo diretamente. Senti que o interesse que havia do FC Porto era muito e isso deixava-me mais confortável para tomar uma decisão."