O Gil Vicente recebe, esta segunda-feira, o Santa Clara em Barcelos, pelas 20h45, no jogo de encerramento da 10ª jornada do campeonato. O treinador dos gilistas, César Peixoto, está satisfeito com a forma da equipa, realçando que esta está "animada, feliz e concentrada" neste momento do campeonato. 

Ainda assim, o técnico alertou para as características sólidas do Santa Clara, "uma equipa cheia de valor individual e coletivo" e com "um arranque que não é condizente com a quallidade". "É um adversário fortíssimo, que não fez um bom jogo em Braga e que não está a fazer um arranque condizente no campeonato. É uma equipa cheia de valor individual e coletivo. Espero dificuldades, mas se tivermos concentrados e focados vamos lutar pelos três pontos", refletiu César Peixoto.

Há mais conexão no seu plantel à medida que o tempo passa?

"Sim, tem de haver, tenho vindo a falar com a equipa e digo que, quanto mais nos mantemos lá em cima, é normal que todas as equipas queiram vir ganhar cá. Temos que elevar o nosso nível, porque os jogos vão ser cada vez mais difíceis. Eu tenho pedido isso, e eles correspondem, Tínhamos de dar uma boa resposta contra o Alverca e continuo a esperar isso. Estamos num nível bom, mas temos muito para crescer. Às vezes pode parecer que está tudo correto, mas não me iludo com isso e não deixo que os jogadores se iludam. Sem deslumbramentos, são humildes, encaramos o jogo com o Santa Clara como um jogo com um grande. Para nós, jogos fáceis não existem. A gestão de expectativas é difícil no início da época, mas o Santa Clara deve encarreirar num jogo ou no outro."

Luís Esteves ausente. Qual é o impacto?

"O Luís tem sido importante, tem jogado e é um dos que tem mais minutos. Confio em todos. Se chegarmos ao mercado de janeiro e o plantel não mudar, fico contente. Temos soluções e a equipa vai render, tem automatismos para suplantar uma saída do jogador A, B ou C. A equipa vai corresponder e quem jogar não irá falhar. O Santa Clara não começou como esperado, mas tem qualidade, quando as equipas têm este começo, a gestão de expectativas é sempre complicado. Alguns jogadores se calhar queriam sair e valorizar e penso que pode ser por aí. Não teve um jogo bem conseguido em Braga, mas pelo que percebi vão querer uma reação forte. Vêm com tudo para nos vencer e temos que os igualar. Temos que lutar pelos três pontos, porque temos qualidade e argumentos para lutar sempre."

A regularidade apela a uma criatividade ainda maior do treinador?

"Nós analisamos os adversários e temos uma ideia bem vincada, sabemos bem o que queremos. Em função da análise, da nossa estrutura, vamos manipulando aqui ou ali. O grande grosso da ideia está sempre lá. Agora, vamos adaptando uma coisa ou outra. Como manipular e criar estratégias para surpreender o adversário em alguns momentos. A equipa tem sido muito competente nessas situações. Defensivamente, temos que entender qual é o padrão do adversário e os pontos fortes onde focar. Adaptar uma coisa ou outra para sermos competentes que, volto a dizer, temos sido. Não permitimos muitas ocasiões e isso tem a ver com o espírito da equipa também. O grupo de trabalho é saudável, é bom e acredita no que está a fazer. Temos tido algumas dificuldades, porque com o Ac. Viseu não tínhamos grande análise para fazer, o mesmo com o E. Amadora. Com o Santa Clara, também mudou o sistema, mudaram para quatro defesas. Temos uma equipa muito plástica, que sabe como se comportar perante as construções. Esta elasticidade é boa, consigo comunicar com os jogadores. Conseguimos entender o jogo muito bem. Tem sido neste prisma que temos trabalhado."

É invulgar dizer que não quer mexer no mercado de janeiro.

"Não falo só pelo rendimento, falo pelo espírito que vejo e trabalho diário individual e coletivo. Conseguimos incutir no clube um trabalho de exigência e união e vemos isso em todo o lado aqui. O trabalho que fizemos na pré-época foi bom e o plantel dá-me garantias. Os jogadores dão-me segurança, com características ofensivas também tenho coisas diferentes e a equipa cresce nesse ponto. Estou muito satisfeito e confio nos jogadores em todas as formas. Acredito que muita gente esteja a olhar para os jogadores do Gil Vicente com outros olhos, fico muito feliz."

Horário prejudica adeptos nas bancadas?

"Infelizmente, um jogo à segunda-feira e à hora que é, é mau para o espetáculo. Mas gostava na mesma de pedir, porque nunca o fiz, creio, aos adeptos para virem. Têm estado cada vez mais adeptos no Estádio Cidade de Barcelos, sentimos essa energia, que eles se orgulham da nossa equipa e dos nossos jogadores, têm empurrado a equipa para as vitórias. Trabalhamos diariamente e jogamos para os adeptos. Queremos que venha mais gente, porque a equipa vai dar tudo por eles, tudo pelo símbolo e tudo pelo clube. Queremos meter a quarta vitória consecutiva em casa."