Rui Borges está a postos para dar início aos trabalhos no Moreirense, naquela que será a sua primeira experiência como treinador na Liga Bwin. O antigo jogador garante um "enorme desejo de trabalhar" e a determinação de dar continuidade ao bons desempenhos do clube no principal escalão do futebol nacional.
Que desafio é este de assumir o comando técnico do Moreirense na estreia na Liga?
"É um bom desafio, algo que temos trabalhado para conseguir. Temos noção de que as responsabilidades aumentaram. Viemos para um clube à nossa imagem, ambicioso, humilde, com alguma história. A ambição é grande, o desejo de trabalhar é enorme. Teremos dificuldades, como todos os outros, mas mostraremos capacidade para as ultrapassar."
É importante contar com grande parte do plantel da época passada?
"É um ponto que joga a favor para a nova temporada porque são jogadores com espírito de vitória, o que é muito importante. É importante também para quem chega. Acreditamos que esse conhecimento mútuo dos atletas será importante em alguns processos."
Uma das metas passa por ganhar maior estabilidade por comparação com a última passagem pela Liga?
"Não podemos olhar para o Moreirense apenas pelo último ano em que esteve na Liga porque tem um passado para trás belíssimo. É por aí que nos motivamos e orientamos. Queremos ser capazes de continuar essa história no clube. Somos uma equipa técnica humilde, trabalhadora, ambiciosa e vamos forcar-nos no nosso trabalho. Através do nosso trabalho seremos felizes."
Que metas é que que lhe pediram?
"Para ser seu próprio, por isso é que fomos escolhidos. Temos feito um caminho de forma gradual enquanto equipa técnica, à imagem do que é o clube. Temos capacidade de trabalho, que se encaixa no que é o clube. Estou feliz por voltar a Moreira, onde passei como atleta. Vamos tentar dignificar ao máximo o passado do clube."
O que ainda falta a este plantel?
"Faltam algumas peças, mas isso faz parte. É normal, estamos no início da época. A estrutura está a ser rigorosa porque continua uma base da época passada. Quem vier tem de acrescentar ainda mais qualidade e valor à equipa. É esse o critério. Não vamos ter pressa porque os jogadores estão muito inflacionados e temos de estudar bem o mercado."
É de alguma forma limitativo iniciar os trabalhos com apenas 16 jogadores que devem integrar a versão final do plantel?
"Agarro-me às coisas positivas e não às negativas. Isso faz parte. Temos de ter critério no que queremos acrescentar à equipa, estamos todos na mesma sintonia, isso é que é importante. Seremos uma equipa forte, não tenho dúvidas disso, assim como competitiva, intensa e com qualidade. Gostamos de ter qualidade no nosso jogo."
Foi adversário do Moreirense na época passada, olhava para este plantel como sendo de 1ª?
"Sim, isso foi claro. Fizeram uma época fantástica. A qualidade individual decidiu muitos jogos, a coletiva também. Por isso continuam bastantes jogadores da época passada, vemos muita qualidade neles."
É a sua estreia na Liga...
"É algo para que estávamos a trabalhar ao longo destes anos, mas de forma tranquila e objectiva, sem querer ultrapassar patamares. Temos demonstrado essa competência para chegar aqui. Também sei que as responsabilidades aumentaram num campeonato que me vai propor coisas diferentes e a obrigar-nos a crescer."
De que forma poderá estar limitado por não poder assumir no papel e nos jogos o cargo de treinador principal?
"Foco-me muito no trabalho coletivo da equipa técnica. Há quem toma a decisão final, apenas isso, de resto todos nós somos muito proativos no nosso trabalho. É isso que irá definir os jogos, mais do que falar ou gritar. Somos todos iguais, todos temos voz ativa, estamos todos orientados para o mesmo objetivo e para o mesmo discurso."
Por Bruno Freitas