O técnico do Nacional, Tiago Margarido, dirigiu mais uma sessão de trabalho à porta fechada no Estádio da Madeira. Numa altura de paragem competitiva, a ordem é recuperar forças para dois jogos que se adivinham complicados, casos da visita a Braga, em partida relativa à Taça de Portugal, e depois na receção ao Benfica, em jogo referente à Liga Portugal Betclic. José Gomes esteve com alguns companheiros da defesa a ver em vídeo as incidências da última partida e sublinhou a necessidade de melhorar a qualidade defensiva alvinegra.

“Acho que vem numa boa altura esta paragem, para podermos recuperar, pois também tivemos jogos em que, mentalmente, foi difícil gerir e acho que é importante para a malta recuperar não só a nível físico, mas também mental. Da maneira como empatámos e perdemos, isso também mexe um bocado connosco, por isso, acho importante descansar”, disse o lateral esquerdo na sala de imprensa.

Para este defensor, não há dúvidas que a temporada está a ser bastante positiva: “Para quem tem visto os nossos jogos, sabem que temos jogado bem, feito jogos fantásticos. Temos de estar confiantes com o que temos vindo a fazer, pois está a ser uma boa época até agora. Poderíamos ter pontuado mais, mas há coisas que não conseguimos controlar”.

Vencer em Braga

Depois, abordou as dificuldades que a sua equipa vem sentindo quando joga perante os seus adeptos. “Se formos a ver os jogos aqui na Choupana, lembro-me que contra o Gil Vicente perdemos, contra o Arouca fomos superiores e também perdemos. Com o Famalicão fizemos um jogo fantástico. Infelizmente, com menos um jogador, fomos atrás do resultado e acho que também fomos superiores. Têm acontecido sempre coisas um bocado diferentes do que nos acontece nos jogos fora de casa, mas estamos focados e queremos ganhar em casa. Já a seguir à Taça de Portugal, temos o jogo contra o Benfica, que é um grande e queremos vencer”. E reforçou a ideia do desafio que a equipa terá nos dois próximos encontros: “São dois jogos contras duas equipas grandes. O Sp. Braga tem a ambição de vencer a Taça de Portugal, mas nós também queremos chegar o mais longe possível, vai ser um jogo bem disputado. Não sei se o facto de termos vencido no campeonato poderá ser uma vantagem ou uma desvantagem, pois eles podem querer a vingança, se assim podemos dizer. Acredito que vai ser um bom jogo, com duas equipas que encaixam bem uma na outra”.

Para o pupilo de Margarido, a defesa nacionalista, embora registe por vezes algumas alterações, tem estado a bom nível. “Neste jogo jogou o Francisco Gonçalves e não se sentiu a falta do Zé Vítor, que é quem costuma jogar. Temos uma boa equipa, a nível defensivo acho que estamos muito bem e qualquer jogador que entre na equipa vai adaptar-se facilmente”, afirmou.

Melhorar condições da vida familiar

Com contrato com o Nacional e face às boas exibições que vem realizando, José Gomes sabe que poderá dar o salto na sua carreira e não esconde essa ambição, algo que lhe permitiria dar melhores condições de vida à sua família. “Acho que só quero continuar a fazer o que tenho vindo a fazer. Nos últimos três anos, tenho finalmente mostrado o meu nível, pois quando subimos fiz uma época boa. No ano passado, na estreia na 1.ª Liga, foi a melhor [época] que fiz até hoje na minha carreira. Este ano estou a continuar com esse nível e obviamente que quero melhorar, pois considero que posso melhorar muito mais”, disse, admitindo que atravessa um excelente momento de forma. Quanto a uma saída para o estrangeiro, referiu: “Sim, tenho essa ambição de querer jogar no estrangeiro, assim como qualquer pessoa pode querer mudar a sua vida. Não sou exceção. Eu amo o futebol, mas no fim do dia é o meu trabalho e quero ver a minha vida e da minha família melhorada. Se não for possível em Portugal, que seja no estrangeiro, mas estou muito feliz na Madeira e no Nacional”. E reforça a ideia: “Tenho o objetivo de jogar no estrangeiro, mas estou feliz aqui. Se conseguir isso a curto prazo, tudo bem, se não conseguir, sinto-me muito bem e feliz no Nacional”.

Quando questionado sobre qual o país onde gostaria de jogar, o esquerdino foi claro: “Quando era miúdo tinha como objetivo chegar a um clube da Premier League ou a um clube espanhol, mas agora não tenho esse pensamento, estou com o objetivo de querer ajudar a minha família a ter uma vida melhor, pois a carreira de futebolista é curta. Penso mais financeiramente, como no futebol asiático, onde possa ter melhores condições monetárias. Se acontecer ir para outro país na Europa, claro que também fico muito contente”.