A liderança feminina no futebol mereceu especial destaque no Thinking Football 2023 e contou com um painel especial destinado para o efeito, no qual marcaram presença Helena Pires, diretora executiva da Liga Portugal, Alexandrina Cruz, presidente do Rio Ave e Sofia Teles, ex-jogadora e atual diretora de competições da AF Porto.
O cenário de discriminação de género, necessidade de mais referências femininas, bem como de oportunidades para provar a competência das mulheres nas mais diversas áreas de atividade foram os principais denominadores da conversa moderada pela advogada Raquel Moura Tavares.
Os clubes estão preparados para receber mulheres em cargos de liderança ou há muita resistência nos adeptos e nos restantes órgãos?
"Não senti absolutamente nada sobre esse contexto. Discordar da liderança no feminino não faz sentido. O meu percurso no Rio Ave, onde estou quase há 19 anos, é a prova. Entrei no clube pela área financeira. É uma experiência longa, mas sempre sob o ponto de vista financeiro. Faz hoje dois meses que tomei posse para esta experiência diferente. É um caminho grande a fazer e se, enquanto mulher, puder abrir portas para outras mulheres óptimo, mas nunca contratei ninguém pelo género. Para mim é exatamente igual. O único critério é a competência. Passou-me pouco pela cabeça assumir a presidência do Rio Ave. Foi uma decisão que surgiu recentemente por ter pontos de vista diferentes dos que existiam. Acho que a minha perspetiva, ou o caminho, como gosto muito de dizer, deve ser feito de outra maneira. Há muitas áreas por desenvolver em geral no futebol e em particular no Rio Ave, onde a minha finalidade é criar condições de sustentabilidade."
Essa perspetiva diferente que abordou está associada ao facto de ser mulher?
"Está associado às características de cada ser humano. Naturalmente as mulheres têm as suas características. Há mulheres com muito bom senso e outras que nem tanto. Admito que tenho pouca tolerância para quem tem pouca disponibilidade ou competência. No futebol o trabalho é de segunda a segunda. É tudo muito intenso, mas na minha estrutura não importa quem decidiu. O que importa é a competência. Hoje já não há cá esta questão de quem fica com os filhos ou vai às compras. Somos todos. Já senti na minha vida profissional colaboradoras que, por terem bebés, têm uma disponibilidade reduzida, mas também sou mãe e sei que temos qualidades para nos transcendermos quando gostamos e queremos. No Rio Ave temos uma estrutura muito unida e percebemos bem o momento difícil que estamos a passar. Há dias o presidente do Casa Pia perguntou como estavam as coisas, respondi-lhe que muito complicadas. Ele disse-me que não se notava nada. Isso tem muito a haver com a competência de quem nos rodeamos. Nunca fecho as portas ao que acho que é possível fazer, mas é super importante entrar numa estrutura competente. Tenho essa sorte. Digo muitas vezes que as portas do Rio Ave estão abertas a todas a mulheres e homens, mas é difícil alguém entrar pela competência geral. Nesse contexto recordo que agora não podemos contratar jogadores e se calhar vamos chegar ao próximo mercado e o Luís Freire vai ter uma surpresa em janeiro quando lhe disser que não precisa porque tem muita competência à disposição".
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