Técnico privou com o médio no P. Ferreira e acredita que o contexto de 2.ª Liga foi muito favorável à evolução
Gorby é uma das grandes figuras do Sp. Braga de Carlos Vicens e vive, em 2025/26, uma afirmação plena ao mais alto nível. No primeiro terço da época, o médio já foi utilizado em 22 jogos, mais de metade daqueles que cumpriu em toda a campanha anterior. Enfim, a estabilidade desejada chegou e para trás ficaram os anos em que o espaço era reduzido, dando-se, inclusive, o caso de ter de sair para o P. Ferreira para rodar.
Aconteceu em 2023/24, quando Ricardo Silva era treinador dos castores, à altura na 2.ª Liga. Para o técnico, essa experiência foi determinante para que Gorby desse o salto. "A 2.ª Liga é uma liga muito forte, muito competitiva, uma competição que envolve mais contacto. Isso também o fez crescer perante o choque. Mas sobretudo mentalmente. Fê-lo perceber que as coisas não são favas contadas em lado nenhum. Podia vir com estatuto, mas teve que o resgatar e perceber que teria de treinar tanto como os outros", lembra o treinador, que acredita que essa mudança de mentalidade foi crucial para que hoje o médio seja indiscutível.
"Fez com que ele ganhasse essa experiência e na época a seguir, quando regressa a Braga, e esta ainda muito mais, começou a perceber que é importante desde o primeiro dia. Não tenho dúvidas nenhumas que, da forma como ele joga e da forma como está a jogar neste momento, se não estivesse a treinar bem e se esse mindset não mudasse, ele atualmente não seria titular do Sp. Braga, porque o registo deo Sp. Braga é muito alto", apontou.
Ricardo Silva recorda até um momento concreto que serviu de ponto de viragem. "O Gorby e eu temos uma história que serve de exemplo para outros treinadores e para outros jovens. Nós estávamos a disputar um jogo contra o 1º de Dezembro para a Taça de Portugal e a equipa não estava a jogar absolutamente nada, ele inclusive, naquilo que era a minha visão. Eu pensei que seria por falta de compromisso e por falta de números na sua métrica, naquilo que é a métrica de um GPS, e o corresponder àquilo que seria o estar dentro do compromisso básico da equipa. E ao intervalo, a conversa não foi muito boa entre mim e ele, fundamentalmente de mim para ele. Acabou por sair ao intervalo. Acabámos por perder a eliminatória, mas aqui o cerne da questão e a moral da história não é essa. Em condições normais, um jogador que tivesse aquela prestação, comigo, não seria titular no jogo a seguir. Mas depois de uma análise aos dados do GPS, vi que ele foi o jogador que mais correu na 1.ª parte. O meu olhómetro correu mal. Acabei por dar-lhe oportunidade no jogo a seguir e ele percebeu que o treinador não estava contra ele, mas sim com vontade o encarreira para o que era melhor para ele e para a equipa", partilha.
Trabalhar essa vertente mental foi um dos maiores desafios que Ricardo Silva teve, porque, no essencial, a qualidade de Gorby tratava de tudo o resto. Apenas faltavam limar arestas no jogo. "Por exemplo, a capacidade de jogar para a frente e a chegada à área. Ele não fez muito golos, mas penso que fez dois ou três comigo. Dentro do que era a nossa equipa ideal, em que jogávamos com Luiz Carlos, Gorby e Matchói, ele fazia a transição para ligar jogo. Dava-lhe a liberdade de pegar no jogo, mas fazia a transição entre o Luiz Carlos e o Matchói. Era o nosso segundo médio e eu exijo muito do meu segundo médio para chegar às zonas de finalização. Foi aí que nós sentimos que ele mais evoluiu, no não se auto-intitular como um 6 e ganhar competências de um 8. Tem capacidade para isso. E acho que esta época está a conseguir trazer isso ao seu jogo. Este arranque da época foi claramente o fechar da época de P. Ferreira, onde ele chegava à área e, se não marcava havia perigo nos seus remates. Combinava bem, aparecia bem, porque é um jogador de grande amplitude vertical na sua passada", aponta.
Um médio moderno com margem para outros voos
Os elogios de Ricardo Silva a Gorby são muitos e variados. O técnico descreve o médio como um "jogador moderno". "É um jogador que tem uma capacidade de passe de pé direito e de pé esquerdo, é um ambidestro por natureza inacreditável, joga bem curto e longo, finaliza muito bem, tem uma grande de movimentos, de chegada à área e também de cobrir espaços", analisa o treinador, sem esconder a crença de que o antigo pupilo pode chegar a outros patamares.
"Ter margem para outros voos... Eu acho que é uma pergunta que a resposta está aqui a dois segundos de um sim flagrante. Quando se está a jogar 90 minutos, mais 90, mais 90, mais 90, num clube como o Sp. Braga, obviamente que tem condições para jogar noutra equipa em Portugal ou até lá fora num patamar diferente do nosso. O Gorby ainda é novo, tem 23 anos. Chegou-me com 20. Ainda tem 7 anos até aos 30 anos. Estando a evoluir, com a informação a correr rápido e ainda para mais a jogar Liga Europa, penso que a resposta está dada", frisa.
O "malandro" de piada fácil
A nível pessoal, Ricardo Silva descreve Gorby como uma pessoa mais introvertida, mas que não deixa de ter a sua piada. "É um jogador calado, não é um jogador extrovertido, mas é um jogador que tem a piada fácil, é malandro. Está no canto dele, é perspicaz, mas às vezes no Mundo dele. Mas é um jogador que tem personalidade e que não acusa os jogos grandes. Eu gosto disso", diz.
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