Bruno de Carvalho voltou a referir-se ao "dia negro da invasão à Academia de Alcochete", assumindo que "teria sido muito mais fácil" defender os seus interesses.
"No dia negro da invasão à Academia de Alcochete, para mim teria sido muito mais fácil defender os meus interesses: pedia a demissão, íamos a eleições e hoje quem sabe, ainda seria presidente e tudo seria diferente. Era simples. Acontece que, naquele momento, algo em mim se recusou a acreditar no sucedido e fiquei sem reação – ocorrendo-me apenas não desistir de defender o Sporting na presidência, levando adiante o empréstimo obrigacionista já aprovado e em curso, e a renegociação da restruturação financeira, procurando assim, minimizar as consequências provocadas pelo crime ocorrido em Alcochete. Num momento de fragilidade no nosso Clube, devido aos acontecimentos trágicos já referidos, a demissão pública de dois órgãos sociais (da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal e Disciplinar) veio fragilizar ainda mais a nossa situação. Apesar dos vários pedidos do Conselho Diretivo, estes órgãos sociais negaram sempre proceder conforme os estatutos: um pela não marcação das Assembleias Gerais (de aprovação de orçamento e eleitoral para os órgãos demissionários) e outro, pela não realização do parecer sobre o orçamento. Perante esta situação, o Conselho Diretivo deliberou a delegação da competência a uma comissão transitória da Mesa da Assembleia Geral por forma a realizar as duas Assembleias. Decisão essa suportada juridicamente pelo artigo 173 do Código Civil e na Jurisprudência dominante, nomeadamente do Supremo Tribunal de Justiça. Acabei imolado em praça pública por alguns órgãos de comunicação social sem ética, sem escrúpulos e sem vergonha, que não olham a meios para alcançar os fins, que nem a minha família preservou nesta chacina mediática sem precedentes em Portugal", assumiu.
Recorde-se que Bruno de Carvalho não compareceu à AG deste sábado e foi a irmã, Alexandra, que leu a declaração do antigo presidente leonino.