Carlos Vieira marcou esta quarta-feira presença num congresso em Almada e falou a Record sobre os resultados da auditoria ao Sporting que o nosso jornal divulgou. O antigo vice-presidente dos leões referiu que há erros no documento e mantém-se de consciência limpa quanto ao trabalho realizado em Alvalade.
Presença no evento
"Sou professor universitário, houve um contacto com estes jovens do Piaget. Pediram-me para falar da experiência da parte da gestão, que é a minha formação base. Quando veio este convite, senti-me honrado."
Documento divulgado
"É tudo criticável relativamente à qualidade do relatório e detalhes que não acrescentam nada ao que se pretendia. Fazer um strip tease da realidade do Sporting é lamentável. Demos argumentos para os nossos opositores diretos poderem saber as condições financeiras que podem tentar propor a atletas e trabalhadores do Sporting. É uma coisa inaudita, nunca vi na minha vida e fui auditor. O relatório tem erros, a gravidade depende de quem os está a ler. Ainda no outro dia fiz um post onde falei da ligeireza com que não se estranhou incorreções. A divulgação devia ter sido feita formalmente através da CMVM. Já tive o cuidado de ler os dois relatórios, já me chegou o segundo que não estava na internet mas já circula. Não foge nada daquilo que eu conhecia. Não me choca em nada e orgulho-me do trabalho feito.
Houve alguma segunda intenção na libertação do relatório?
"Não quero acreditar. Reporto-me à conferência de imprensa que a direção fez em fevereiro. Disseram que não havia mecanismos de avaliação dos colaboradores e o relatório diz que quando entrámos em 2013 não existiam, mas existiam em 2017. Há quatro ou cinco pontos que já vinham sendo debatidos e o relatório até se torna ridículo. Parece que há alguma orientação. Não quero acreditar que o leak do relatório tenha outro interesse. Ou é estupidez, falta de cuidado, algum relaxe na segurança."
Não recorreu da pena aplicada
"Já tinha recorrido da primeira sanção, 10 meses de suspensão, a AG que decorreu não foi o que deveria ser, devia haver um confronto de ideias, debate, as pessoas nem percebem bem por que fui suspenso. O que se prepara para a próxima AG será da mesma forma. Nada tem sido feito para a união dos sportinguistas, nem o Sporting merece esta confusão toda nem eu mereço. Nem eu nem os meus colegas. O grande prejudicado no meio disto tudo é o Sporting. É uma não-decisão, decidi não avançar com o recurso e aguardar."
Sente-se injustiçado?
"Claramente, já o disse. Nenhuma associação, coletividade, pode expulsar ou suspender sócios sem razões relevantes. Nem eu nem os meus colegas de direção fomos até agora condenados por qualquer coisa. Outros exemplos há em que pessoas tiveram condenação. Agora no meu caso acho que é ridículo e só enfraquece uma instituição centenária como o Sporting. Os outros vão passar pelo mesmo que agora referi. Está na consciência deles. A situação é mais complexa porque foram expulsos e têm de ser eles a decidir. Acho que já recorreram, não posso acrescentar mais."
Época desportiva
"Continuo a acompanhar mas não vou fazer comentários."