Frederico Varandas: «Não há maior risco para o Sporting do que ter 400 ou 600 sócios a poderem decidir por mais de 140 mil»

• Foto: David Cabral Santos

Frederico Varandas apelou à aprovação da proposta do voto eletrónico à distância, esta manhã, na abertura da Assembleia Geral do Sporting, que decorre no Pavilhão João Rocha. No seu discurso aos sócios, a propósito das dúvidas que têm sido colocadas sobre o processo, o presidente considerou que não há maior perigo do que continuar a deixar as decisões do clube nas mãos de uma minoria dos sócios, aqueles que residem em Lisboa ou podem deslocar-se a Alvalade em dias de AG, como hoje.

"Lembro-me bem quando a revolução digital chegou ao setor bancário e o medo que era de fazer transferências e pagamentos nos sites bancários. Lembro-me bem dos medos que havia ao fazer compras online. Hoje já fazemos tudo isso com uma naturalidade e com uma segurança que até fica difícil imaginar o que seria o nosso dia em dia sem estas simples ações. Mas sobre os riscos tenho de dizer-vos o seguinte: penso é que não há maior risco para o Sporting do que ter 400 ou 600 sócios a poderem decidir por mais de 140 mil. Isso é que tem riscos e basta recordar o passado recente do nosso clube para percebermos como esse risco é bem real e como o Sporting pagou bem caro por isso", alertou, deixando ainda uma revelação: "Hoje temos mais de 140 mil sócios, dos quais cerca de 100 mil com quotas em dia. Este é o número mais alto de toda a nossa história e nunca houve igual militância. Para nós é muito simples: Quantos mais sócios do Sporting votarem mais seguro é o futuro do Sporting."

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Os números que merecem reflexão

Antes de revelar que atualmente o Sporting tem 140 mil sócios, dos quais 100 mil com as quotas em dia, Frederico Varandas confirmou os dados avançados ontem pelo vice-presidente André Bernardo, em exclusivo a  Record.

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Atualmente, os sócios que participam nas decisões do clube são na sua esmagadora maioria de dois distritos, Lisboa e Setúbal. E mesmo aqui a adesão a Assembleias Gerais tem sido pouco expressiva, na comparação com o número de sócios com capacidade eleitoral. Não seria, de resto, preciso ir muito mais longe: à hora a que a AG deste domingo teve início, pelas 9h30, tinham entrado no Pavilhão João Rocha pouco mais de 50 pessoas.

Perante esta realidade, Frederico Varandas quis deixar claro que o problema não é apenas de distâncias, é também de militância ativa, de participação. E o voto eletrónico, na perspetiva da atual direção, pode quebrar ambas as barreiras, pelo facto de permitir que qualquer sócio, em qualquer lugar onde tenha acesso a um equipamento digital, exerça o seu direito de voto.

"Atenção que não é o distanciamento físico, nem a condição financeira a principal razão de apenas uma reduzida percentagem dos nossos sócios participarem nas assembleias gerais. Cerca de 77% dos sócios do Sporting são do distrito de Lisboa e Setúbal. Considerando o valor médio de participação das assembleias gerais dos últimos 10 anos, chegamos à conclusão que nem 5% dos sócios da região de Lisboa e Setúbal votam. Significa isto que a principal razão para que os sócios não participem nas assembleias é por falta de comodidade e disponibilidade", argumentou.

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Frederico Varandas: «Não há maior risco para o Sporting do que ter 400 ou 600 sócios a poderem decidir por mais de 140 mil»

 

"Uma das melhores empresas do sector"

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Varandas garantiu aos sócios que, se a proposta do voto electrónico for aprovada, será contratada um empresa de topo para fornecer a tecnologia – e recorde-se que o processo, depois, terá de ser auditado por outra entidade.

"Hoje o voto universal, o voto eletrónico à distância permite que todos votem em comodidade, sem perdas de tempo e em segurança. E dizemos em segurança porque para nós só existe uma maneira de implementar o voto eletrónico à distância: adjudicando este processo a uma das melhores empresas do sector. A uma empresa reputada, certificada e com sólida experiência no mercado. E com algo indispensável neste processo: independente e externa ao Sporting", sublinhou Varandas.

 

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Recorde-se que a proposta para a introdução do voto eletrónico tem de ser aprovada este domingo por uma maioria qualificada de três quartos, ou seja, 75%, de votos e de votantes, de forma a cumprir com o que está estabelecido, respetivamente, nos estatutos do Sporting e no Código Civil.

Foto: David Cabral Santos
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Por Vítor Almeida Gonçalves
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