Rúben Amorim faz esta quinta-feira a antevisão ao jogo com o Gil Vicente, partida que abre a 29.ª jornada da Liga Betclic agendada para amanhã, às 20H15, em Barcelos.

Novo treinador do Gil muda a estratégia? Pediu dicas a João Pereira dos sub-23? "Não, primeiro é preciso ter cuidado com o João Pereira, que ainda fica com o meu lugar. Máxima distancia… (risos) A preparação do jogo torna-se diferente, há mais incerteza, não sabemos bem com o que contar. Temos de ver o que o Gil Vicente tem feito, pelas caraterísticas individuais, e depois fomos ver os sub-23 do míster Cunha. Ele já passou por esta situação no ano passado e vimos o que ele fez, principalmente com o Benfica. Fizemos uma preparação normal, tendo essa parte da incerteza, mas muito focado no que temos de fazer. Como tivemos mais tempo preparámos uma possibilidade de 3 centrais, não sabemos… Preparámos tudo. Se estivermos bem na nossa forma de jogar, vamos passar mais tempo com a bola, portanto focámos muito nisso. A preparação foi diferente porque não sabemos bem com o que contar"

Rumores do Liverpool e de uma alegada entrevista? Deslocações ao Minho têm sido complicadas. São dois jogos cruciais (Gil e Famalicão)? "Sim, começando pela primeira pergunta, para terminar com tudo o que está à volta, é a última vez que vou falar sobre o meu futuro. Não houve entrevista muito menos acordo. A única coisa que queremos aqui todos é ser campeões pelo Sporting, nada vai mudar. Sou treinador do Sporting, não houve entrevista com nenhum clube ou acordo com nenhum clube, estou apenas focado, como sempre, a defender o meu clube. Como já não tenho mais nada para dizer, não vai haver entrevistas ou acordos com o treinador do Sporting. Esse assunto está completamente arrumado, seja para este ou para outro clube"

"Não interessa se os jogos são no Minho, são sempre difíceis e tudo pode acontecer. Da mesma maneira que se estivéssemos numa fase em que o Sporting ganhou todos os jogos no Minho, estar-se-ia também a pensar que isso se calhar nunca aconteceu e que houve sempre um percalço no Minho. Aí, em termos de percentagens, estávamos mais perto de perder pontos do que assim. É para quem olha para essas coisas e pensa muito nisso, eu não sou assim. Preparámos o Gil Vicente, queremos ganhar e depois vamos ao próximo. O que nos deixa mais ansiosos para este jogo é não sabermos bem como o Gil Vicente vai jogar. Os jogadores não fazem ideia de onde perderam pontos, se aquilo já é Minho ou se ainda é Porto… É completamente indiferente"

Entrevista do empresário de Gyökeres pode criar perturbação no plantel? Plantel do Sporting valorizou 100 milhões. Que quota parte de responsabilidade tem nisto? "Acho que encaixa no projeto de todos os treinadores. A ideia é melhorar a equipa e os jogadores. A valorização de todos foi porque juntámos jogadores talentosos, uns ajudam os outros. Isso tem muito mais impacto do que o papel do treinador. De nada vale se não terminarmos a época com títulos, essa é a grande valorização: ganhar títulos e sermos competentes em momentos decisivos como este. Vejo isso com normalidade, são jogadores talentosos. Uma palavra para o scouting, conseguimos achar jogadores com grande talento e por um valor mais baixo. Não é do treinador, mas sim dos jogadores, do scouting e da estrutura. Mas temos de vencer títulos para valorizar os jogadores"

"Sobre isso do Viktor, todos os jogadores estão dependentes do treinador, se não treinarem bem não jogam amanhã [hoje] e depois não jogam com o Famalicão. Isso é uma certeza. Não só o Viktor, mas o futuro de todos os jogadores depende do treinador. Faz parte de uma dinâmica de equipa. Desestabilizar? Não vejo por aí. Queremos que os jogadores se foquem no jogo, daí ser claro sobre a minha situação. É muito claro. Acho que o burburinho vai terminar agora"

Palavras de Augusto Inácio? Recado para a imprensa inglesa? "Não vou comentar as palavras do mister Inácio, foi meu treinador e estreou-me. Tem a sua opinião, já disse muito bem da equipa. Tem uma opinião diferente e há que aceitar com naturalidade de alguém com muita experiência e muito peso no Sporting. Em relação ao resto, não vou comentar"

E se ganhar títulos, mantém-se no Sporting? "O futuro é com o Gil Vicente, não vou falar disso, estamos sempre a fazer as mesmas perguntas. Entendo a dúvida. O objetivo é ganhar títulos. Se não posso garantir que fico? Não consigo garantir que ganhamos o campeonato, portanto não posso garantir"

Rúben foi jogador do Benfica. Eriksson vai ser homenageado na Luz. Tem alguma palavra para o treinador sueco? "Ele foi um treinador muito importante no Benfica. Com o meu crescimento, todos sabem o meu passado, foi um treinador que marcou uma mudança. O Mourinho teve grande impacto na mudança do treino em Portugal, o Eriksson também na sua altura. Não falo do lado do Benfica, falo do lado do treinador. Trouxe coisas novas, treinar mais com bola surge por ele. Houve um recorde qualquer que esta equipa técnica ficou um bocadinho aquém do Eriksson, portanto tem esse senão. Passa por uma fase difícil e é bonito ver vários clubes a homenagear uma pessoa tão importante no futebol. Vejo com bons olhos. Um abraço da parte do Sporting para o míster Eriksson. Mudou a forma de treinar num tempo que era de subir bancadas e correr à volta do campo. Teve um papel importantíssimo"

Como está Adán? Quando regressar volta para ser número 1? Algum outro lesionado? "Temos uma dúvida. Houve um jogador que sentiu, tem ali uma dor, ainda vamos avaliar. De resto está tudo apto. O Antonio está a fazer trabalho de campo, já está muito melhor do que estava na semana passada. Em relação ao ser número 1 ou 2, é o mesmo para todos: quando estiver a treinar vai lutar pelo lugar e depois logo se vê. Não temos uma data certa para o regresso"

Bolas paradas defensivas têm sido o calcanhar de Aquiles? Normalmente diz que o seu agente tem uma semana no final da época para analisar convites. O trabalho começou mais cedo esta época?

"Em relação a isso não vou comentar. O futuro é o Gil Vicente, os próximos jogos e vamos ganhar o campeonato, esse é o foco. Há muito a fazer. Parece que as pessoas estão a dar passos à frente do que vai acontecer no fim da época. Nós estamos ainda aqui a lutar pela vida, os jogadores têm de o sentir. Frisei isso. Não podemos perder pontos. Temos de seguir em frente com o nosso campeonato"

"É verdade que temos sofrido alguns golos de bola parada, principalmente de livres. Nessa parte do jogo somos das piores equipas, mas depois até a nível europeu somos das melhores em termos ofensivos, principalmente em cantos, se não estivermos no primeiro lugar estamos ali perto. É uma coisa que não liga com a outra. Temos de ser mais agressivos, tentámos melhorar esta semana a velocidade com que vamos para o posicionamento, acho que pode ajudar. Temos de aumentar a concentração, agressividade e falar mais uns com os outros. Diria que se olharmos para a percentagem, temos sofrido muito golos de bola parada e isso reflete-se… Temos as equipas a rematar menos à nossa equipa, mas depois sofremos mais golos. Nesses pormenores temos de melhorar. Não diria que é o calcanhar de Aquiles, mas acho que vamos melhorar. É algo em que temos o nosso foco durante a semana"

Plantel exultou após a vitória com o Benfica. Agora que a poeira assentou, como sentiu a equipa nesta semana de trabalho?

"Esse sentimento está lá desde início. Obviamente com o desenrolar do campeonato acreditamos cada vez mais. Os jogadores ficaram muito felizes com o resultado. Tem influência o minuto do golo e o estádio, porque fomos para dentro e o estádio ficou ainda com as pessoas lá dentro. Todos ficaram felizes com o resultado. Esta semana trabalhámos bem, muito calmos e tranquilos. Sabemos a envolvência de tudo à volta desta equipa. As pessoas acreditam cada vez mais, mas há muito a fazer. Não senti euforia nenhuma. Senti que todos querem jogar. Eles têm noção da dificuldade dos jogos que vêm aí. Não senti diferença para as outras semanas. Fiquei também um bocadinho desconfortável porque os jogadores ficaram muito felizes, mas foi só isso. Os jogadores estão como sempre os vi: confiantes, mas a pensar que os jogos são todos muito difíceis"