Na leitura do acórdão, o tribunal sublinhou que a "prova é inequívoca"
O ex-vice-presidente do Sporting, Paulo Pereira Cristóvão, foi condenado esta sexta-feira a quatro anos e meio de prisão, suspensa por igual período de tempo, no âmbito do denominado Caso Cardinal, por dois crimes de peculato, uso indevido de dinheiro e bens do clube, e também por denúncia caluniosa agravada do antigo árbitro assistente.
Na leitura do acórdão, o tribunal sublinhou que a "prova é inequívoca". Pereira Cristóvão foi absolvido dos crimes de burla qualificada e branqueamento de capitais. Vítor Viegas, o outro arguido do processo, foi absolvido de todos os crimes.
O Ministério Público (MP) tinha acusado o antigo vice-presidente do Sporting Pereira Cristóvão de corrupção ativa, por obtenção de dados sigilosos, nomeadamente de 196 árbitros, através de funcionários das finanças também arguidos no processo.
Na acusação do MP, à qual a agência Lusa teve acesso, constam mais 12 arguidos: três advogados, um engenheiro, dois técnicos oficiais de contas, um comercial, um gráfico e uma colaboradora de um banco que, no âmbito das respetivas funções, obtinham, através dos mesmos três funcionários de uma repartição de finanças de Lisboa, elementos pessoais, patrimoniais, bancários e fiscais, a troco de dinheiro.
Quanto a Pereira Cristóvão, o MP indica que, em 2011, além de dirigente desportivo, era sócio-gerente da Primuslex - criada em 2006 - e geria a RightExpert Unipessoal - constituída em 2011 por um funcionário da Primuslex a mando de Pereira Cristóvão -, sociedades que se dedicavam à assessoria e consultoria empresarial, comercial e na área da segurança.
Em 2008, Pereira Cristóvão conheceu Carlos Silva, que foi inspetor tributário até 2010, ano em que se aposentou. Segundo o MP, este arguido acedeu à base de dados da Autoridade Tributária (AT) e forneceu elementos "de natureza pessoal/familiar, patrimonial e bancária de várias pessoas visadas" na atividade de Pereira Cristóvão, "a troco de remuneração".
Após a aposentação, o inspetor tributário passou a pedir à arguida Virgínia Freitas, sua companheira e técnica administrativa tributária na mesma repartição de finanças, para "que procedesse às pesquisas" para obtenção das informações solicitadas por Pereira Cristóvão.
O MP explica que, "para a efetivação desta troca de favores", sempre que Pereira Cristóvão precisava de dados de contribuintes, pedia a um dos seus funcionários para se encontrar com Carlos Silva e entregar um envelope com os nomes a pesquisar.
"Estes encontros ocorreram pelo menos em oito situações distintas", entre junho e novembro de 2011, refere a acusação, que revela contrapartidas entre os 200 e os 575 euros.
Pereira Cristóvão foi vice-presidente do Sporting entre março de 2011 e junho de 2012.
Uma das situações descritas teve início a 6 de junho de 2011, quando o então vice-presidente do Sporting solicitou a um colaborador do clube que lhe enviasse a listagem dos árbitros, árbitros assistentes e observadores da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
Nesse dia, o então vice-presidente do Conselho Diretivo do Sporting pediu à sua secretária "que criasse dois ficheiros Excel" com a lista anteriormente enviada, o que a funcionária realizou no computador que lhe estava distribuído para exercício de funções no Sporting.
Na posse dos dois ficheiros, a 14 de julho e a 10 de agosto, Pereira Cristóvão ordenou à secretária da Primuslex que pedisse a um dos funcionários da sociedade para entregar aquelas listas Excel ao arguido Carlos Silva.
"Em 14 de julho e 10 de agosto de 2011, o arguido Carlos Silva solicitou, via 'email', à arguida Virgínia Freitas, a pesquisa de todas as informações disponíveis na AT sobre os indivíduos identificados nas listas, num total de 196 árbitros de futebol, nomeadamente o número de identificação fiscal, número de identificação bancária, rendimentos, titularidade de bens móveis e imóveis e identificação do cônjuge, o que veio a acontecer", sustenta o MP.
A arguida "entregou o resultado das pesquisas (contendo dados de 182 árbitros) ao arguido Carlos Silva" que as levou ao funcionário da Primuslex, e este até Pereira Cristóvão.
Em causa o incidente que feriu 17 adeptos do Sporting no clássico da 4.ª jornada. SAD do FC Porto vai recorrer
Processo estava em fila de espera, mas conheceu desenvolvimentos nas últimas horas. Jovem de 18 anos deve ficar protegido por uma cláusula de 80 M€
Guarda-redes feliz com o "sinal de confiança" que recebeu da SAD leonina
Dia especial para os residentes da Academia Cristiano Ronaldo
Jovem defesa do Boca Juniors fez confissão aos jornalistas
Avançado uruguaio de 38 anos deve rumar ao Nacional de Montevideo
Estudo mostra que os jogadores têm mais dificuldades em se impor ao saírem muito jovens dos seus países
Belgas e holandeses também perderam