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De um jogador "descontrolado" a um "verdadeiro líder": a transformação de Hjulmand que encantou os austríacos

Antigo colega, dirigente e treinador no Admira Wacker explicam o crescimento do médio até chegar ao Sporting e ao "topo de Portugal"

• Foto: Paulo Calado
Aos 24 anos, Hjulmand deu o maior passo da carreira ao mudar-se do Lecce para o Sporting e rapidamente se impôs no meio-campo dos verdes e brancos, estatuto que já lhe abriu as portas da seleção dinamarquesa. Na Áustria, como Record testemunhou na reportagem que fez em Graz, foi um dos jogadores mais vezes destacados nos leões pela imprensa local, até pelo facto de ter atuado no Admira Wacker entre 2018 e 2020, clube da cidade de Mödling onde todos elogiam o seu crescimento, desde uma espécie de rebelde a um "verdadeiro líder".

Ao portal 'Laola1', numa reportagem realizada antes da vitória do Sporting com o Sturm Graz (2-1), o antigo diretor desportivo do Admira, Amir Shapourzadeh, é o primeiro a tecer rasgados elogios ao médio, até porque foi um dos responsáveis por contratá-lo ao Copenhaga, onde fez formação. "Vi-o ao vivo num jogo internacional entre as seleções de sub-19 da Dinamarca e da Alemanha e gostei muito dele. Fiquei convencido de que ele se desenvolveria muito bem connosco. E ele não nos dececionou. Foi, e é, um rapaz incrivelmente profissional. Alimenta-se bem, presta atenção a um hábito de sono saudável, concentra-se nos treinos... É absolutamente exemplar. Em campo, tem uma excelente presença, é assertivo, pensa e age de forma muito estratégica. E também é mentalmente forte", explica o ex-dirigente dos austríacos, enaltecendo, também, o papel familiar: "Vem de uma família que é louca pelo futebol. Mantenho contacto com ele e com os pais, pessoas muito terra a terra e simpáticas, que apoiam muito o filho. É um profissional exemplar. É um verdadeiro líder que dá sempre um bom exemplo. Também aprendeu rapidamente a língua, o que o ajudou".

Do homem que o identificou, ao homem que pela primeira vez o orientou, Ernst Baumeister admite que "desde cedo" viu em Hjulmand "um grande talento", não obstante ter passado por alguns problemas próprios da idade. "Na altura ele não estava suficientemente maduro, ainda era jovem. Por isso, depois de algum tempo, e devido ao seu sucesso, também se tornou muito arrogante. Nos anos seguintes amadureceu muito e tornou-se um elemento fundamental no Admira", vinca o seu antigo técnico, reforçando: "Depois de algum tempo connosco, finalmente entendeu. Apercebemo-nos de que ele podia fazer mais do que muitos outros e que podia tornar-se num líder, embora isso tenha demorado algum tempo e ele só tenha chegado lá no último ano no Admira".

Hjulmand estreia-se a marcar pelo Sporting com uma 'bomba'
Do "topo em Portugal" à candidatura à Premier League

Opinião semelhante tem Christoph Schösswendter, outro nome que o dinamarquês facilmente irá reconhecer, pois com ele partilhou balneário. "O Morten era um verdadeiro escandinavo, ou seja, tinha muita autoconfiança e um trato muito amigável. Era fisicamente muito evoluído ara a idade, extremamente forte em duelos, mas agia de forma algo descontrolada. Teve de aprender que certas coisas simplesmente não funcionam para um jogador jovem, faltava-lhe um pouco de disciplina, especialmente quando teve de sentar-se no banco por alguns jogos e ficou muito chateado", revelou o central de 35 anos.

Apesar de desde então ter "evoluído muito" nesse aspecto, Schösswendter justificou as suas palavras com uma situação fresca na memória. "Numa ocasião o desejo de jogar tornou-se tão forte que ele pegou no equipamento de aquecimento e foi-se preparar sem receber instruções. Com o tempo envolveu-se cada vez mais em discussões. Mas devido ao seu papel de liderança, que mais tarde assumiu, tinha direito a isso. Porque com o tempo apercebemo-nos ele queria assumir a responsabilidade. Na minha opinião é isso que faz um líder, porque o Morten foi um para nós, deu sempre tudo de si e esteve muito presente", atirou.

Além de felicitar Hjulmand pelo salto para o Sporting - "uma grande equipa, de topo em Portugal" - o defesa e seu antigo companheiro acredita que, no futuro, é um forte candidato a rumar à Premier League: "Na altura sabíamos que ele não ficaria muito tempo no Admira. Mas não imaginava isto, para mim poderia ir para uma equipa austríaca como o Sturm Graz ou o Salzburgo. Dado o estilo de jogo dele, é perfeito para o campeonato inglês, porque tem um carisma incrível e está sempre de bom humor. Acho que a Premier League assentar-lhe-ia muito bem. Se ele se mantiver saudável, então o salto para uma das cinco principais ligas é certamente possível", rematou.
Por Ricardo Granada
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