O nome de Magnus Gaunsbaek pode não dizer muito aos sportinguistas, afinal o defesa dinamarquês, que
em setembro de 2021 chegou à Academia, então com 16 anos, raramente foi a jogo pelos juvenis em 2021/22 e acabou por deixar o clube no decorrer da época. No entanto, ao 'Bold', o jovem explica os problemas de adaptação que o levaram a rescindir, a começar... pela dificuldade em dormir.
"Estive lá [no Sporting] cerca de meio ano, mas não correu como planeado, porque eu não estava bem. O meu dia a dia era muito difícil. Com o futebol estava feliz, o nível era completamente diferente, mas o que me rodeava não correu bem", começou por dizer Gaunsbaek, hoje com 18 anos, concretizando: "Tinha dificuldades porque vivia com uma pessoa que tinha rotinas completamente diferentes. Por exemplo, ele não ia à escola, por isso estava acordado até às 2 da manhã, enquanto eu tinha de me levantar às 6 horas. Só tinha 4 ou 5 horas de sono. É uma cultura completamente diferente, porque ele ficava a jogar até tarde. Só tinha de se levantar para treinar. Era difícil todos os dias, tanto mentalmente como fisicamente, porque os dias na escola também eram longos, o que é muito diferente da Dinamarca".
"Sei que tens de pensar que tudo vai ser mais difícil e que nem tudo é como na Dinamarca, mas não tinha as melhores condições. Lembro-me de algumas sessões de treino em que eu sentia que não tinha energia. Algumas condições básicas e necessidades não foram correspondidas. Por isso, não senti que pudesse dar 100 por cento. Queixei-me várias vezes e travei uma grande batalha porque não podia ter o meu próprio quarto. Com isso seria 100 vezes mais fácil...", acrescentou.
Depois de "muito diálogo" com os responsáveis da Academia, o defesa, que entretanto voltou à Dinamarca para jogar na formação do Sonderjyske, decidiu tomar as rédeas. "Tomei a iniciativa. Fui ter com o diretor da Academia [Paulo Gomes] e falei com ele. Disse-me que preferia que eu ficasse no clube, mas se realmente quisesse ir para casa, então não se iria opor", sublinhou.
"Foi mais um alívio do que uma deceção para mim porque foi um processo demorado. Não me arrependo, não me sentia bem. Era uma oportunidade enorme, e acho que me teria arrependido se não tivesse tentado. Tenho pena que tenha terminado, mas aprendi muito mais sobre uma cultura diferente", rematou.