Ricardo Oliveira apresentou esta segunda-feira o seu programa, com vista às eleições à presidência do Sporting, agendadas para dia 5 de março. Além da importância da manutenção da maioria da SAD, vontade que já revelara
em entrevista a Record, o gestor, de 51 anos, promete introduzir várias novidades no clube, desportivamente, financeiramente ou estatutariamente.
Entre as 21 páginas do referido programa, um objetivo a estabelecido logo a abrir: "Pretendemos um Sporting coeso e unido, vencedor em tudo, e em todas as competições em que participa". Para tal, Ricardo Oliveira pretende criar a "Cidade do Desporto, a maior
de Portugal e uma das maiores do mundo, onde ficará sediada toda a formação, de todas as modalidades, devidamente separadas, mas no mesmo complexo, onde estará, também, a formação do Futebol: perto de Lisboa e com acessos fáceis para toda a juventude", bem como um "departamento de Informação (Inteligence), que permita o acesso a toda a informação do mundo do futebol".
Por outro lado, é proposta a redefinição das atividades a ter lugar na Academia, em Alcochete, dado que é intuito de Ricardo Oliveira que a equipa de futebol feminina "passe a jogar no Estádio José Alvalade sempre que as condições de manutenção do relvado assim o permitam"; e a equipa B, de sub-23 e restantes equipas de formação "passem a jogar em estádio a designar na Margem Direita/Norte do Rio Tejo na A.M.L".
A reativação de "modalidades que já proporcionaram vários títulos nacionais e europeus, nomeadamente a canoragem, remo e padel", bem como dos Gabinetes Olímpico e Paralímpico, faz igualmente parte da lista de tarefas.
Financiamento para arrancar "de imediato"
Como sublinhara ao nosso jornal, Ricardo Oliveira quer arrancar "de imediato" uma "reestruturação financeira, através de um financiamento (150-200 milhões de euros) a longo prazo de juro baixo". Com esta medida, o candidato almeja a "recompra imediata das VMOCs"; o "pagamento da divida de curto prazo a juro altíssimo"; o "pagamento de toda a dívida em incumprimento"; o "pagamento das emissões obrigacionistas dentro do prazo"; e a "liquidez de Caixa e equivalentes para fazer face ao funcionamento regular do Clube e SAD".
A maioria acionista da SAD é fundamental, todavia o gestor admite que o clube "poderá "alienar algumas ações para garantias futuras ou angariação de parceiros estratégicos". Por outro lado, sublinha a importância de "não voltar a aumentar o número de anos de antecipação de receita do contrato NOS, e diluir os cerca de três anos de antecipação pelos próximos seis (até ao final de época de 2027/2028), de forma que, em seis anos o Sporting não tenha quaisquer receitas antecipadas)".
Órgãos sociais independentes e possível reintegração de sócios expulsos
Ao nível estatutário, Ricardo Oliveira defende a instauração de uma segunda volta nos atos eleitorais, "caso não haja um candidatura com mais de 50% dos votos", bem como a independência dos órgãos sociais. "Divisão do Conselho Fiscal e Disciplinar em Conselho Fiscal e Conselho Disciplinar e Ética; Eleição dos órgãos separadamente (Presidente e Conselho Directivo, MAG, Conselho Fiscal e Conselho Disciplinar e Ética)" lê-se, propondo, ainda, a "limitação de três mandatos consecutivos do mesmo presidente". Já o i-voting é, de momento, excluído, "sempre e enquanto não estiver absolutamente garantida a segurança do processo".
Ricardo Oliveira defende, ainda, que "apenas uma maioria superior a 75% dos votos dos sócios, expressos em Assembleia Geral do Clube, poderá autorizar que o Sporting ceda, direta ou indirectamente, o controlo da maioria das ações da SAD" e pretende "reestabelecer a paz entre todos os Sportinguistas". Para tal, quer "colocar a votação em AG, aos sócios, a possível reintegração de todos os sócios que tenham sido expulsos do Sporting que não tenham sido condenados por crimes". "Os sócios decidirão", promete.